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MISSÃO DADA,

MISSÃO CUMPRIDA

Há cerca de um ano compartilhamos alguns projetos e propostas de mudanças para 2022 visando melhorar cada vez mais as experiências das crianças nos acampamentos do Lamalma. Neste ano foi possível implementá-los com sucesso, sendo o circuito de cordas o mais significativo, por garantir mais opções de interação com as crianças e independência em relação à disponibilidade da agenda de terceiros em atividades na floresta. Outra proposta bem-sucedida foi a realização de dois mega camps, em parceria com a Global Equip, com quatro projetos sociais ao mesmo tempo e a volta de day camps com adolescentes do sistema socioeducativo.

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Tempo importante de Palavra com os quatro diferentes projetos.

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Uma nova abordagem.

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Primeiro grande teste no Circuito de cordas.

NOVIDADES EM 2023

 

Para 2023 um desafio maior foi posto à mesa, e o plano é realizar 4 ou 5 mega camps, ampliando exponencialmente o número de crianças atendidas. As datas para acampamentos convencionais do Lamalma, com foco nos relacionamentos, introspecção e contemplação também já estão acertadas.

E visando esses eventos, já adquirimos o material necessário para construção de mais duas atividades cooperativas com o objetivo de investir mais tempo na interatividade das crianças. São nesses desafios em grupo que podemos observar e discutir com as crianças nossas impressões, estimulá-las naquilo que executam com excelência e motivá-las a melhorar naquilo que precisam. É muito interessante ver como diferentes dons e talentos servem à coletividade e oferecem a nós a oportunidade de acertar em cheio a autoestima de cada criança e adolescente.

NO RADAR

Estamos em contato com novos e pequenos projetos sociais, um dos quais já visitamos e certamente reservaremos datas para atendê-los em 2023. São ministérios bastante limitados materialmente, situados no coração das favelas, heroicamente mantidos por cristãos desprendidos de tudo e fiéis ao Evangelho.

Outra novidade – bastante interessante principalmente para os poucos que já leram o livro LAMALMA: da relutância à incontornável vontade de Deus (disponível, infelizmente, somente em português) – é a possibilidade em uma nova frente de atuação. Desde antes do início do Lamalma, Michele colaborava com um ministério que visava impactar a vida das mulheres da região da Guaicurus, zona de baixo meretrício de BH. Um trabalho junto a essas mulheres compunha uma das pernas de um tripé que se completava com os acampamentos de aventura e acolhimento de missionários com necessidades específicas. No livro é contado que não sabíamos se esse trabalho um dia viria a ser abarcado dentro de nossa visão missionária. Dependíamos de Deus para movimentos que fugiam ao nosso alcance.

Mas numa inesperada visita em agosto, véspera da cirurgia de quadril da Michele, houve uma sinalização de que aquela visão poderia estar se maturando. Bateu à nossa porta um pioneiro no trabalho junto às meninas da Guaicurus: Tio Pedro, uma referência da JOCUM no que diz respeito a evangelismo e missões urbanas. Ele trouxe um convite para Michele se juntar a um trabalho que vem sendo desenvolvido em favor daquelas mulheres em uma casa próxima de onde moramos. Naturalmente Michele precisaria primeiro se submeter à cirurgia, depois se recuperar para, enfim, contribuir no que fosse preciso nesse ministério de misericórdia junto a mulheres tão exploradas e sofridas.

 

Fica a dica para orações a esse respeito.

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CAMPANHA CONTINUA

A campanha para o Lamalma comprar um novo carro continua, e sabemos que no tempo certo esse tão necessário veículo chegará até nossas mãos. Deixamos o convite para você que sentir de fazer parte desse esforço entrar em contato e contribuir da maneira que achar melhor através da conta do Lamalma disponibilizada no menu CONTATO.

FAMÍLIA

Por um precioso período de pouco mais de um mês temos conosco Johan e Jeannette Lukasse que, entre compromissos e reuniões em BH e Curitiba, curtem a família e matam a saudade de amigos queridos. Como é bom tê-los por perto e desfrutar de sua serenidade em tempos tão tensos e sombrios na nação brasileira. Antes de rumarmos com eles para uma grande conferência e confraternização da JOCUM-Brasil no centro-oeste brasileiro, deu ainda tempo de Johan construir uma bela casa no quintal para a travessa coelha Catarina, o animalzinho de estimação da netinha Eva, que também ajudou no projeto juntamente com Michele.

Igor se prepara para subir de grau em sua faixa preta e já determinou como meta para 2023 o título de campeão brasileiro juvenil de taekwondo. Já Eva comemora a chegada de um novo solo no centro de treinamento, que facilitará bastante a execução de seus saltos e piruetas na ginástica artística. Michele está plenamente recuperada da cirurgia que fez no quadril, e agora é só realinhar a postura e investir no restabelecimento da massa muscular. Ela já pôde participar de dois acampamentos, obviamente respeitando suas limitações, e para o ano que vem estará pronta para encarar os desafios sem dor ou incômodo. O Senhor tem sido muito generoso conosco.

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NATAL

São muitas palavras, muita ação, muitos planos e expectativas. Mas se não houver amor, de nada valerá tudo isso. E porque Deus amou o mundo de tal maneira, Jesus veio a ser a expressão máxima desse amor. Aquele bebê frágil nascido de mulher, se revirando na palha seca de uma manjedoura, é o meio e o fim de todas essas coisas. Puxa vida, não há notícia melhor para a humanidade! Glória a Deus e Feliz Natal, queridos!

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Romeu de Almeida

06/12/22

O EXTREMOS DE SENSAÇÕES

A situação de famílias em vulnerabilidade não oferece uma solução fácil. Na verdade, ela contribui para um desastre em cadeia, numa ciranda trágica sem fim. Eis o maior desfio do poder público brasileiro. Famílias disfuncionais geram filhos disfuncionais; a relação é óbvia demais para tentarmos encontrar motivos outros e justificativas para tanto desajuste social. O reflexo disso é uma estimativa em torno de 22 mil menores presos no Brasil, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Para além do que o Estado pode oferecer, cremos que apenas o Evangelho autêntico é capaz de transformar para melhor a vida desses adolescentes – que não são anjinhos, mas certamente foram jogados em uma verdadeira faculdade do crime. E foi justamente com isso em mente que o Lamalma voltou a promover (depois de mais de dois anos, em virtude da pandemia) um day camp para adolescentes do sistema socioeducativo.

Só para conseguir a liberação de um menino para um dia fora da prisão uma enorme burocracia por semanas – quando não meses – é imposta às agentes sociais. Os missionários da Casa Resgate (JOCUM-BH) também tiveram um papel importante nesse processo ao finalizarem com alguns poucos esforçados meninos um curso básico de inglês cuja formatura se daria ao final da tarde de acampamento, depois de uma programação do Lamalma. É difícil imaginar um contraste maior de sensações do que sair de um ambiente de clausura para uma experiência de liberdade extrema com água de cachoeira batendo em seus ombros. “Desse jeito vou acabar esquecendo que estou preso” foi o que ouvimos de um deles. Outros day camps assim virão ainda nesse ano.

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APOSENTANDO O VALENTE

O Lamalma desde sempre dispõe de um Palio Weekend modelo 2001 já com suas centenas de milhares de quilômetros rodados. É um carro excelente, mas que sabemos não ser ideal para o tipo de atividade que fazemos, a já reclama por sua aposentadoria. O Lamalma estaria melhor servido com um carro utilitário compatível para transportar tanto nosso pessoal como a carga em caixas, engradados e mochilas que levamos para os acampamentos: uma pick-up Fiat Strada 4 portas Volcano. Se você gostaria de participar dessa aquisição para o projeto, por favor, entre em contato conosco. Sabemos que isso será uma conquista de várias mãos, bem como tudo que o Lamalma já conseguiu.

UMA NOVA OFERTA DE AVENTURA

Era um sonho antigo do Lamalma construir um circuito de cordas e algumas atividades cooperativas para oferecer às crianças mais opções de atividades tanto de lazer como também de integração. Conversas entre nós e a Global Equip culminaram em um plano de ação no dia 25 de fevereiro deste ano de 2022. A partir de então temos nos dedicado – paralelamente aos acampamentos – ao planejamento, cálculos, marcações no terreno, gerenciamento de risco, fixação de postes, aquisição de material (cordas, cabos, clipes, esticadores, pneus, madeiras, etc.), montagem, construção e ajustes finos. É muito mais trabalho do que imaginamos inicialmente, considerando que um fator adicional será incluído no desafio: a inclinação do terreno. Estamos em fase final de montagem e testes para já usufruir dessa estrutura em nosso primeiro mega camp envolvendo cinco diferentes projetos ao mesmo tempo, nos dias 15 a 17 de Julho. É muito trabalho que esperamos ser recompensado com muitos sorrisos dos nossos pequenos guerreiros.

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MAIS BISTURIS

Michele segue com dores no quadril, o que a levou a se consultar com um especialista que, após analisar os muitos exames pedidos, chegou à conclusão de que a melhor solução será uma cirurgia para correção do problema. Basicamente, o quadril direito de Michele será totalmente substituído por uma prótese de sustentação da cabeça do fêmur direito. Isso a possibilitaria voltar a caminhar normalmente e até mesmo praticar esportes de relativo impacto – coisa impossível de acontecer na condição atual. Trata-se de um procedimento grande, mas determinante para uma melhor qualidade de vida para Michele, que convive diariamente – em maior ou menor grau – com dores constantes. Contamos com suas orações por sua saúde e sucesso nessa cirurgia.

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Na outra ponta do espectro de saúde, Igor sagrou-se o terceiro melhor taekwondista juvenil do Brasil, conquistando o bronze no Campeonato Brasileiro 2022. Hoje, acima dele estão apenas o titular e o reserva da seleção brasileira. Uma grande vitória. Semelhantemente, Eva já iniciou os preparativos para voltar às competições de ginástica artística em agosto, com uma nova coreografia de solo e piruetas malucas. Ela ama ver o mundo de ponta-cabeça!

NOSSOS PAIS

Passamos praticamente o mês de Maio inteiro curtindo a presença de Johan e Jeannette Lukasse aqui em Belo Horizonte. Muita conversa, comida, histórias, passatempo com as crianças depois de mais de dois anos distantes em virtude da pandemia que assolou o planeta. Ainda sobrou um tempinho para Johan ajudar a montar a primeira atividade de cordas de nosso novo circuito: a “temida” Teia da Aranha. E, melhor ainda, os planos são de que no final desse ano eles voltarão ao Brasil, e a festa continuará.

No dia 1º deste mês de Julho vimos o Senhor tomar para si minha querida mãe, que para nós significou uma dor indescritível e inesperada. O amparo de familiares, amigos e irmãos, e sobretudo a doce consolação do Espírito Santo, têm nos surpreendido nesse momento de prostração. Conclamamos os nossos queridos que sustentem sobretudo meu combalido pai nesse difícil momento. 

Damos glória a Deus pelas vitórias no campo ministerial, bem como na esfera pessoal. Sabemos que o Senhor seguirá conosco até o fim, independentemente de dores, obstáculos ou impedimentos. Ele enxugará dos nossos olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou". Assim, todo o resto se torna secundário, e ao fim somente a glória do Eterno prevalecerá. Deus é bom, sempre!

 

PONTOS DE ORAÇÃO

  • Pelos preparativos e pelos mega camps. Que Deus possa preparar o coração das crianças e adolescentes que receberemos;

  • Pelo caminho das pedras até conseguirmos adquirir um novo carro para o Lamalma;

  • Pela iminente cirurgia da Michele e sua recuperação;

  • Pelo consolo do Espírito Santo sobre nossa família.

Romeu de Almeida

11/07/22

CHUVA, PLANOS E TRABALHO

Após o início do ano mais chuvoso dos últimos trinta anos na região central de Minas Gerais, durante o qual várias famílias foram desalojadas, começamos a articular encontros e reuniões a fim de estabelecer metas para este 2022 considerando também quase dois anos de trabalhos limitados dos projetos nas favelas pela pandemia somados recentemente à tragédia decorrente das chuvas.

Fui criada para glorificar

a Deus, tia!

Inclusive, numa dessas reuniões recebemos um enorme encorajamento de uma das líderes da Casa Rocha (JOCUM-BH) ao nos dizer que algumas crianças ainda se lembravam e comentavam sobre quem elas eram e o significado de cada uma delas para Deus. “Fui criada para glorificar a Deus, tia!”, disse uma das garotinhas durante uma atividade na Casa Rocha. Isso muito tempo depois de Michele pregar a Palavra sobre o tema Identidade, Propósito ou Criação (dentre tantas conversas, impossível de eu me lembrar com exatidão!) à luz da fogueira durante um acampamento do Lamalma.

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Acertando detalhes para 2022 com a Casa Rocha (JOCUM-BH).

A conclusão que tiramos disso é que facilmente incorremos no risco de cair no mecanicismo operacional do que para nós pode significar mais do mesmo, algo repetitivo e desgastante. Mas o ineditismo de uma experiência proposta pelo Lamalma não é – e nunca foi – para nós, mas para os que o Senhor cuidou que fossem trazidos até nós.

MEGAIDEIAS

Faltarão datas para atender tantos projetos elegíveis aos acampamentos do Lamalma, mas estamos tentando otimizar ao máximo as possibilidades. Dentre as novidades está o plano de realização de dois megacamps em Julho deste ano, que possibilitaria abarcar, de uma só vez, cinco projetos sociais em cada encontro, totalizando aproximadamente 120 crianças beneficiadas durante apenas esses dois megacamps.

A ideia partiu da organização parceira Global Equip e contará com o Lamalma na coordenação dos eventos. Para tanto, precisamos construir uma estrutura para atender todos os grupos a contento. A fase de planejamento já foi concluída e agora o desafio será pôr a mão na massa e suar bastante para conseguir executar as tarefas a tempo de oferecê-las às crianças e adolescentes. Concomitantemente, o Lamalma continuará cumprindo sua agenda de acampamentos, já fechada desde o final do ano passado. Já passou da hora de virar a chave novamente para o modo “aventura” e correr para as bênçãos que já estão à nossa espera. Basta irmos e apanhá-las.

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Bagunça que precede a ordenação de ideias.

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Com Paul Perry na oficina do RPV.

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LAMALMA: A HISTÓRIA CONTADA

 

Um projeto que se iniciou no segundo semestre de 2020, em plena pandemia de Covid-19, tomou forma em Fevereiro de 2022: a história contada em livro de como o Senhor forjou o Lamalma Aventuras Outdoor. Quase um ano e meio depois, Dezembro e Janeiro foram meses de finalizações, diagramação, revisão, confecção de capa e revisão de conteúdo. Intensos, mas que renderam um excelente resultado, o que nos deixou muito contentes. Fevereiro foi o mês para conferir o resultado com o primeiro livro em mãos e adquirir o primeiro lote de exemplares. Não temos dúvida de que quem ler essa história será grandemente encorajado em sua fé, pois nada ali foge à soberana e infalível vontade de Deus.

O livro já está à disposição no Brasil para compra sob demanda pela plataforma da editora UICLAP a preço de custo e pela Amazon. Os links estão disponibilizados na aba ENVOLVA-SE deste nosso site.

MATANDO A SAUDADE

Daqui a pouco mais de um mês chegarão da Holanda Johan e Jeannette Lukasse, pais de Michele, e estamos bastante animados para recebê-los aqui. Será a primeira vez desde sua mudança em definitivo para Holanda que o casal retornará ao Brasil. Será ótimo para matar a saudade e ver Igor e Eva curtindo bem de perto opa e oma, que dividirão seu tempo nas terras tupiniquins entre família e seminários sobre como trabalhar com crianças em risco.

COMO ESTÃO NOSSAS FINANÇAS?

Como missionários de tempo integral, somos apoiados financeiramente pela família, amigos e a comunidade cristã. Somos muito gratos por isso. É muito gratificante ver que tantas pessoas acreditam, investem em nós e assim caminham conosco em missão! E agora, com o custo de vida crescente em tempos atribulados, igualmente aumentaram nossos gastos. Também notamos que ter filhos adolescentes também contribui para isso!

Outra coisa que tem nos preocupado ultimamente são, literalmente, os anos que têm passado (lê-se: aposentadoria). Percebemos que não temos dado atenção suficiente a isso e precisamos de algum apoio para tratar dessa questão. Você se juntaria a nós em ação e oração pela provisão de Deus a esse respeito? Você também gostaria de orar conosco e agradecer por todas as pessoas que continuamente têm nos ajudado ao longo dos anos? Pense e ore a respeito.

Sigamos para o alvo!

Forte abraço!!!

Romeu de Almeida

18/03/22

ACELERADOS

 

Com as atividades propriamente ditas do Lamalma começando um pouco mais tarde em virtude da crise gerada pelo Coronavírus, tivemos um final de semestre bastante agitado no que diz respeito aos acampamentos. O último deles se deu em novembro já debaixo de muita chuva (mais constante do que forte), o que não baixou a animação das meninas da Casa Luzeiro (JOCUM-BH). Dependesse delas, seria uma cachoeira por turno, não importando se numa curta ou longa caminhada. Ao todo, conseguimos promover 13 acampamentos no ano, a nosso ver uma vitória incrível diante de tantas dificuldades impostas pelas restrições decorrentes da pandemia. Com a temporada de chuvas inaugurada, nossa artilharia se volta agora para textos, traduções, revisões, visitas, assembleias e reuniões de planejamento..

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Aproveitando o sol antes da temporada

de chuva.

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Processo de tradução das introduções da Source View Bible para o português.

LAMA NO HORIZONTE

No tocante às expectativas para 2022, já estão acertadas as datas dos acampamentos e já nos sentamos com a diretoria da Global Equip para estudar novos formatos de programação. Para tanto, está nos planos a construção de um novo circuito de cordas baixo mesclado com um circuito de lama ultradivertido, que certamente renderá boas risadas e incríveis fotos que farão jus ao nome LAMAlma. Para tanto, estamos antevendo a necessidade de disponibilização para as crianças de roupas para a guerra. Duas enormes redes e duas escadas trançadas já foram adquiridas para servirem de transição entre os desafios do novo circuito. Muito trabalho nos espera até que tal visão seja complementada, pois seremos nós mesmos a pegar na enxada e construir este pedacinho de aventura e alegria para as crianças atendidas pelo Lamalma.

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MALHAÇÃO 0800

 

Os acampamentos foram encerrados em 2021, mas o trabalho no rancho continua. Onde antes eu coordenava junto com Michele e o Wagner fotografava, agora eu e ele ralamos para manter a grama baixa, as calhas limpas, os fios livres de cabos, prédios pintados, paredes emassadas e lixadas, etc.. Com a necessidade de mão de obra extra, estamos dedicando mais do nosso tempo à manutenção do local e de suas facilidades. A ideia é deixar aquele pedacinho do céu sempre pronto para receber todos os visitantes a contento. Mas eventualmente lidamos com picadas de vespas furiosas, encontramos sapos maiores que minha mão, expomos cobras desavisadas de seus esconderijos, descobrimos plantas recheadas de gigantes e coloridos barbeiros. São os ossos do ofício. Como diz nosso amigo Benet Castro, que também chegou a suar conosco por lá, “...e ainda malhamos de graça”..

LIVRO LAMALMA

 

Se houve um bom proveito do tempo extra durante a pandemia, isso ocorreu em benefício da redação de um livro contando a improvável história do Lamalma. Na verdade, os milagres, as bênçãos, as provisões e as lições aprendidas ao longo dos anos à frente desse projeto estão totalmente atreladas ao meu testemunho pessoal e, por extensão, ao da minha família. A redação está concluída, e a fase agora é de revisar e acertar datas e detalhes que possam ter fugido à minha vacilante memória. A bola agora está com Michele. Cremos que, mais do que contar uma história, esse livro oferecerá testemunhos que poderão encorajar o leitor a segurar firme na mão do Senhor e dar os passos de fé que até então possam estar presos ao chão.

FILHOTES ATLETAS

 

Em novembro Eva e Igor nos encheram de orgulho ao colherem com excelência os frutos de sua dedicação aos esportes que escolheram para queimar suas energias. Eva, com toda alegria e vivacidade que lhes são peculiares, papou nada menos do que cincos medalhas (3 de ouro e 2 de prata) em um torneio interno entre as equipes de Ginástica Artística da rede de CTs Amigos do Esporte. Melhorou consideravelmente seu rendimento mesmo após mais de um ano longe dos ginásios. Já Igor sagrou-se no Rio de Janeiro o terceiro melhor taekwondista do Brasil em sua categoria (até 14 anos) na modalidade Poomsae. Tanto Igor quanto Eva têm a consciência de que eles estão simplesmente devolvendo a Deus aquilo que Dele receberam. Com o retorno das aulas presenciais e a empolgação proporcionada pelo esporte, nossos filhos têm se saído bem depois de um período apreensivo de isolamento social. Grande é o nosso orgulho pelos filhos que o Senhor nos deu. E grande também é a nossa responsabilidade.

Michele se recuperou muito bem da cirurgia a qual se submeteu em julho, e tem cumprido muitíssimo bem suas funções junto ao Lamalma e demais demandas ministeriais.

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TUDO O QUE IMPORTA

 

O amor maior veio até nós em uma humilde estrebaria, e dividiu a História. Dividiu nossa história. A minha. Trouxe sentido à busca pela esperança outrora perdida, aqui, tão perto de nós. Incomparável Jesus. Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos; ainda que eu profetize e tenha ciência de todos os mistérios e todo conhecimento; ainda que minha fé mova montanhas; ainda que eu dê tudo que possuo aos pobres e entregue meu corpo para ser queimado; se não tiver amor, de nada valerá (1Cor13:1-3). Aleluia! Nos rendemos ao Amor sobre aquela bendita manjedoura. Feliz Natal!

Romeu de Almeida

15/12/21

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A RETOMADA

 

“Alô, mãe, adivinha o que estamos fazendo agora... Comendo marshmallows no espeto assados na brasa!” Esse papo aconteceu durante uma ligação de uma das mães para sua filha numa noite de sábado, logo após uma conversa sobre sermos achados por Deus, o Bom pastor, que dá sua vida pelas suas ovelhas, à luz de uma fogueira caprichada. Pouco antes, uma dinâmica com as crianças – as ovelhas – aprendendo a ouvir a voz do Bom Pastor.

Antes mesmo de esperar pela prefeitura autorizar a reabertura das escolas (a última das prioridades do nosso poder público, apoiada, inclusive por parte de uma população amedrontada), projetos sociais puseram a mão na massa, permitindo a retomada de atividades fundamentais para um acompanhamento adequado a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Pudemos, enfim, surfar nessa onda também, e testemunhamos grupos de crianças literalmente reaprendendo a se relacionar olho no olho dentro de um ambiente de ordem e liberdade, fazendo valer uma qualidade humana inelutável: agregação. O ambiente primeiro que deveria atender a tais substantivos seria a escola, mas as mesmas simplesmente não puderam abrir as portas. O diferencial, mais do que nunca, passou a ser então as atividades e oficinas propostas pelos projetos nas favelas e, por extensão, a programação oferecida pelo Lamalma. E, pela misericórdia, de Deus, lá se vão já cinco acampamentos muitíssimo bem-sucedidos neste ano de 2021.

O Lamalma está agora muito bem municiado de calçados para jovens que não têm o que usar durantes as trilhas, bem como de novas barracas e Bíblias, estas últimas para doar àquelas crianças e adolescentes que demonstram interesse na Palavra, seja durante um papo na fogueira, ou após uma devocional. E, quando recebermos antecipadamente os formulários com os nomes e idades dos jovens, nós os disponibilizaremos em nosso grupo da igreja, a fim de que qualquer um possa “adotar” em oração uma criança, além de encaminhar uma mensagem escrita, em áudio ou em vídeo, repassada pessoalmente a cada uma delas. Nossa primeira experiência nesse sentido foi um tremendo e tocante sucesso!

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Comissionando Igor.

Nossa primeira agraciada com uma bela Bíblia.

FAMÍLA

Julho foi um mês bastante agitado para nossa família, começando já em Maio com uma série de preparativos para uma cirurgia que Michele precisou fazer com vistas a aplacar dores lancinantes em seu quadril. O procedimento ocorreu sem qualquer contratempo, e a recuperação tem sido excelente, porém demandará um pouco de tempo para que sua rotina seja normalizada. De “molho”, Michele pôde desfrutar de um tempo riquíssimo com Eva, nossa filha, durante suas férias. Isso porque havíamos despachado Igor para o Rio de Janeiro na semana anterior para sua primeira Escola Missionária de Férias. Com o coração apertado, comissionamos, como família, nosso filhote para experiências incríveis, diferentes e geradoras de amadurecimento com o Senhor para voar longe do ninho.

CORAÇÃO GRATO

 

Gostaríamos de agradecer enormemente a amigos fiéis, que estão se mobilizado, sobretudo na Holanda, em favor de conseguir maior apoio para nosso sustento pessoal, como família. São pessoas que que têm lançado mão de seus contatos a fim de intercederem por nós nesse sentido. Se você tem algum interesse em saber mais sobre como caminhar lado a lado conosco como parceiros apoiadores, entre em contato! Missões fazemos juntos! Teremos enorme prazer em, se possível, sentar para aquele cafezinho – mesmo que virtual – e esclarecer eventuais dúvidas sobre nosso trabalho dentro e fora dos acampamentos, bem como à parte do Lamalma.

Em breve, mais atualizações sobre essa gradual retomada e aceleração para o cumprimento de uma agenda cheia. Orações em favor da recuperação de Michele são muito bem-vindas, bem como por cada criança que o Senhor já tem separado para desfrutar momentos únicos no Rancho das Pedras Vivas com o Lamalma.

Em Cristo,

Romeu e Michele

02/08/21

DE RUIM PARA PIOR

Chegamos da Holanda encorajados e com grandes expectativas para 2021, crendo que este ano seria diferente e menos tenso que o anterior, dada a pandemia que se assentou sobre o planeta. Porém, o Brasil mergulhou em uma crise sanitária e de embates políticos que resultaram em uma onda roxa na nossa cidade, agora com altíssima restrição de circulação e funcionamento de serviços não essenciais. Assim, projetos sociais se veem na obrigação de cancelar as datas, todas elas costuradas com muita dificuldade, por causa do risco de serem denunciados e terem que fechar suas portas.

As duas primeiras datas para acampamentos do Lamalma neste ano precisaram ser canceladas – acampamento dos dias 24 e 25 de abril mantido! –, e vivemos a angústia de saber que o que oferecemos nada mais é do que o programa mais seguro e saudável que qualquer criança poderia fazer agora nesse planeta sem, no entanto, poder colocá-lo em prática. Com 100% das atividades ao ar livre; café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar ao ar livre; contação de histórias e Palavra ao ar livre; cada criança dormindo em sua própria barraca – ao ar livre; devocionais ao ar livre, liberdade ao ar livre... enfim. Se considerarmos que TODAS essas crianças deixaram de desfrutar isso para ficarem amontadas em cubículos insalubres nas favelas, à mercê da depressão e expostas ainda mais a todo tipo de violência doméstica, não tem como ficar contente. Além disso, a saúde mental e carência de contato social dessas crianças têm sido categoricamente negligenciadas pelas autoridades locais e por muitos na própria Igreja, o que muito nos entristece. Entendemos que há opiniões diversas à nossa, mas, para nós do Lamalma, a urgência da evangelização e cuidado de nossas crianças precedem o medo de um vírus – perigoso sim, não há negacionismo aqui, mas que não deveria ser capaz de conter tal urgência.

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Continuamos com a agenda montada, orando para que haja uma melhora nos índices de contágio e conseguinte afrouxamento das medidas restritivas. Estamos prontos para trabalhar com as crianças que o Senhor enviar para nós.

ACAMPAMENTOS E/OU CESTAS BÁSICAS

Até nossa partida para Holanda, conseguimos distribuir muitas cestas básicas e itens de limpeza para famílias carentes com parte dos recursos que chegaram para o Lamalma. A última família que atendemos, em Vespasiano, abriu sua geladeira para guardar alguns itens doados e vimos que havia apenas uma jarra de água, nada mais. No entanto, com a expectativa do retorno do ano letivo e das atividades, diminuímos a distribuição de cestas para concentrarmos recursos nos acampamentos. Os dois primeiros bateram na trave.

CALÇADOS E BARRACAS

Com alegria comunicamos que as duas campanhas para (1) aquisição de calçados para as crianças menos favorecidas poderem usufruir de maior conforto e segurança nas trilhas e (2) compra de novas barracas para substituir as antigas foram muito bem-sucedidas! Muitas pessoas deram sua contribuição, e diversas crianças terão como desfrutar com mais prazer e segurança ainda os momentos que Deus tem reservado para elas. Os calçados e as barracas comprados já estão a caminho!! Nosso muito obrigado a você que deixou uma marca na vida desses pequeninos. Vocês calçarão e abrigarão Jesus!

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Calçados doados. Além destes, mais 8 pares novos já estão a caminho do Lamalma, comprados com recursos também doados .

SOBRE NÓS

Somos missionários de tempo integral trabalhando com intervenções em diversas frentes, sendo as principais: acampamentos de aventura com crianças em situação de risco; traduções, revisões e edição de material missionário em parceria com organizações e agentes imbuídos da missão de levar o evangelho a toda Terra; organização de encontros missionários a fim de oferecer descanso e renovo, além de promover integração de visões, debater e equipar os que já estão no campo. Vivemos exclusivamente de ofertas, e contamos com a oração e ação de todos vocês no sentido de garantir que esse trabalho continue. Deus abençoe vocês!

 

Forte abraço, amigos e irmãos!

Romeu e Michele

16/04/21

RESET & RESTART

 

Esta carta segue da Holanda para informar dos últimos movimentos e ações que adotamos durante esse insólito período. 2020 foi o ano mais esquisito pelo qual já passamos. Muitos planos e expectativas foram frustrados ou adiados e, da nossa parte, trabalhamos com a esperança de que a vida volte o quanto antes ao normal, dentro do possível e sem atropelos. Dessa forma, empurramos praticamente toda agenda não cumprida do Lamalma de 2020 para o próximo ano, na esperança de que os governantes tenham mais sabedoria para lidar responsavelmente e considerando todos os aspectos que permeiam essa pandemia.

Com a agenda dos projetos sociais parceiros refém da agenda escolar – sem aulas os projetos também ficam limitados nas ações – o Lamalma também vê comprometida sua disposição de promover acampamentos para as crianças atendidas pela rede pública, então as mais carentes. Contudo, a fidelidade de muitos apoiadores manteve um fluxo de ofertas suficientemente bom para canalizarmos boa parte deles para compra e distribuição de cestas básicas e itens de higiene pessoal e de limpeza para várias famílias desde maio. Assim o foi até sexta-feira, 20 de novembro (estas com direito também a Panetone!!!), nosso último dia antes de partirmos para Holanda, a fim de encontrarmos com a família, amigos e irmãos da igreja de Ermelo, para um período de celebração e algumas reuniões com o departamento de missões e projetos de fomento e desenvolvimento de ações no campo missionário. Trouxemos conosco uma quantidade razoável de material de divulgação sem sabermos, no entanto, como se daria a questão de encontros presenciais, mesmo estando a Holanda lidando com a situação de forma mais serena que o Brasil, mas ainda assim com justas, pertinentes e necessárias restrições.

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Com a cereja do bolo!

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FIM DA QUARENTENA

 

Hoje, dia 1º de dezembro, finda nossa quarentena desde que chegamos na Holanda, e poderemos então sair de casa. Igor e Eva já estavam liberados para irem à escola (aqui as crianças não precisam ficar de quarentena), saindo de casa às vezes com -3o, e chovendo (perfeito!!). Eles vibraram com as já muitas pedaladas com Opa e Oma Lukasse. Nesses dias de confinamento aproveitei para dar aquela última afiada no meu holandês (o que significa praticamente nada!) e trabalhar no livro que conta nossa improvável trajetória até a criação do Lamalma. Se você, de uma forma ou de outra, trilha ou trilhou esse caminho conosco, pode ser que seu nome esteja lá, e você seja lançado no estrelato!!... kkkkk.

Recepção calorosa no aeroporto

MAIS UM PARA POR NA CONTA

 

O isolamento social no Brasil foi bom para nós em alguns aspectos, pois pude concentrar esforços para terminar a tradução de um livro contando a história de missionários estrangeiros amigos nossos no Brasil. Inclusive, é na fazenda deles que realizamos os acamamentos do Lamalma, e onde, no final da temporada de seca por lá, passamos uns dias com outro casal parceiro nosso de Lamalma limpando o aceiro para evitar que as queimadas que rondavam a área não atingissem as facilidades do local. Michele chegou a começar um curso de Curso de Desenvolvimento Comunitário promovido pela JOCUM-BH, mas precisou abandoná-lo para dedicar mais tempo a uma querida prima minha, Rosaly, que passa por dificuldades de saúde, e por quem pedimos oração. Com a família toda apoiando, Michele ficou firme com ela até o último momento antes de embarcarmos, deixando-a aos cuidados de uma atenciosa e responsável cuidadora.

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Michele com Rosaly exibindo comida saudável, depois da pizza.

Romeu, Wagner e muita fumaça de queimada.

ALEGREMO-NOS!

 

Por fim, seja no gelado e chuvoso inverno holandês, seja no quente e úmido verão brasileiro, nosso desejo é que o sentido real do Natal inunde os corações de todos que se permitem ser tocados pelo calor da presença de Jesus. Essa presença que transforma, e faz de todos nós pessoas melhores não apenas em dezembro, mas no ano todo, por toda nossa vida!

 

Alegremo-nos! Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu. Aleluia!

Romeu e Michele

01/12/20

REALINHAMENTO

Desde Março, com a paralização de diversas atividades, o Lamalma também precisou se adequar às medidas de distanciamento impostas pelo governo em virtude da COVID-19. Com a agenda dos projetos sociais parceiros atrelada à agenda das escolas, e estas fechadas por tempo indeterminado, a principal atividade a que o Lamalma se propõe a fazer foi comprometida, uma vez que levar jovens carentes a “respirar” uma nova atmosfera faz parte da nossa atividade elementar. Proporcionar encontros e cuidado pessoal estão entre nossos objetivos principais, portanto, tivemos de contornar nossa ansiedade e inquietação por estar passando por uma situação totalmente inusitada e insólita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No entanto, ofertas continuaram a chegar para o Lamalma, e a melhor maneira de honrarmos a fidelidade dessas pessoas e a confiança em nós depositada foi de nos mobilizarmos a fim de utilizar parte desses recursos na compra de cestas básicas e materiais de limpeza para famílias de baixa renda carentes de bens materiais de consumo básico. Muitos projetos sociais também receberam recursos para aquisição e distribuição de cestas básicas nas comunidades em que atuam, e assim nós do Lamalma pudemos mirar naquelas famílias mais próximas de nós, o que nos encheu de alegria por podermos participar dessa divina comunhão.

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FRUTOS DO COMPROMETIMENTO DE MUITOS

Como resultado de duas campanhas lançadas pelo Lamalma, uma no Brasil, outra na Holanda (via Waves), conseguimos montar um estoque de tênis para as crianças que não têm nenhum para adentrar nas matas e trilhas, e também conseguimos recursos para aquisição de, pelo menos 8 novas barracas para substituir algumas de nossas valentes tendas originais. Estes recursos nos possibilitam movimentos de bastidores que serão muito úteis na retomada do trabalho de campo – não vemos a hora!!

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No âmbito pessoal, a família está tentando se adaptar ao “novo normal”. Home schooling tem sido um grande desafio – tanto para nós como para as crianças – mas elas parecem estar, como sempre, se acostumando mais rapidamente à rotina diferenciada. Nossa prioridade na questão ministerial passou temporariamente a ser traduções e revisões de apostilas, informativos missionários e a continuação da tradução de um livro. Escrever nossa própria história também está nos planos, mas, por enquanto, a cabeça ainda não está em ordem para conseguir alinhar as ideias.

 

Temos tentado ao máximo tirar proveito do maior tempo em casa – e somos muito gratos a Deus pelo espaço excelente que temos aqui – para investir em tempo de qualidade com nossos filhos. Jogos, brincadeiras, artesanato, jardinagem, filmes e desenhos, muita leitura, devocionais, reuniões online com a família – tanto no Brasil como na Holanda – e a turma aqui até cresceu um pouco mais: as crianças adotaram uma cadelinha muito fofa que tem animado o dia das crianças (e às vezes as minhas noites!...). E, se considerarmos os filhotinhos de hamsters que nasceram, podemos considerar a casa cheia!

 

SE ORAREM, OREM POR ISSO

Michele teve rompimento parcial do tendão do ombro direito, dano que pode ser minorado com fisioterapia, porém resolvido satisfatoriamente apenas com cirurgia. As dores são constantes e por vezes incapacitantes, mas ela tem tentado se adaptar forçando mais o uso do seu ombro esquerdo. Outro pedido de oração, e este certamente por uma cirurgia, é para nossa filha de 10 anos. Eva precisará operar para retirar as amígdalas e adenoides, que apresentam hipertrofia e têm comprometido seu sono, podendo até mesmo afetar sua audição. Sua cirurgia está marcada para o dia 13 de Julho. As orações dos queridos irmãos são muito bem-vindas.

Romeu de Almeida

01/07/2020

CALÇADOS PARA AVENTURA

 

2020 começou e nossos planos continuam sendo de oferecer a melhor experiência possível para as crianças que o Senhor tem colocado em nossas mãos. Estamos lançando a campanha Calçados para a Aventura a fim de conseguirmos recursos para aquisição de tênis apropriados para aquelas crianças que não têm muito além de um chinelo para enveredar pelas trilhas e participar das atividades. São minoria, mas por questão de segurança e conforto, queremos que todas as crianças estejam adequadamente calçadas. Para participar basta entrar em contato conosco para: 1) Doar qualquer valor que você puder disponibilizar, ou 2) Doar tênis em bom estado que sirvam ao propósito de calçar crianças e adolescentes nas trilhas e atividades de aventura. Faremos um pequeno estoque de calçados e meias que ficará guardado no rancho e disponível aos pequenos exploradores que precisarem. Dúvidas? Fale conosco!

 

Já são 14 datas de acampamentos confirmadas para 2020! Muitas crianças que ainda não tiveram a oportunidade de experimentar uma programação do Lamalma poderão se aventurar em um mundo novo de percepções e intimidade com Deus através da criação e relacionamentos. Orem por isso!

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POR TODA TERRA

Recebemos um convite irrecusável de Johan e Jeannette Lukasse para participar de um magnífico encontro da família JOCUM Brasil em Caldas Novas/GO. Piscinas de águas quentes, comida de primeiríssima (nunca comi tanto na vida!) e, o melhor da festa: uma conferência com palestras, entrevistas, interações, tudo girando em torno de um tema: Por Toda a Terra. Testemunhos de missionários que estão na ponta da lança em missões e fronteiras. Foi uma experiência motivadora e inspiradora para toda a família!

 

E desse encontro surgiram novos contatos e conhecimento de mais demandas que envolvem traduções da Bíblia e revisões de informativos missionários sobre o que Deus tem feito nos confins da Terra. Estamos integrados e muito animados em fazer parte disso.

 

KING’S KIDS

Michele, Igor e Eva partiram para uma quinzena de trabalhos em King’s Kids, um ministério da JOCUM que visa levar crianças, adolescentes e jovens a conhecer mais a Deus e fazê-lo conhecido através de evangelismo com linguagem e estratégias compatíveis aos nossos tempos modernos. Michele como obreira e nossos filhos como participantes, a expectativa de provar experiências incríveis nesses dias superou todas as nossas expectativas! Começaram “bem”, com o carro quebrando logo na ida (e nem o motor da geladeira poderia substituí-lo, pois este também estragara no mesmo dia...). Mas terminou com uma apresentação de gala na 3ª Igreja Presbiteriana de BH, depois de intervenções em áreas de risco e ocupações na região metropolitana durante os dias da campanha. Estamos muito orgulhos dos nossos missionários mirins! Os planos são de enviá-los outras vezes, e para isso contamos com a colaboração de todos!

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Igor com seu amigo.

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Rendição de Eva

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Michele em intervenção na rua

SOBRE NÓS

Somos missionários de tempo integral trabalhando com intervenções em diversas frentes, sendo as principais: acampamentos de aventura com crianças em situação de risco; traduções, revisões e edição de material missionário em parceria com organizações e agentes imbuídos da missão de levar o evangelho a toda Terra; organização de encontros missionários a fim de oferecer descanso e renovo, além de promover integração de visões, debater e equipar os que já estão no campo. Vivemos exclusivamente de ofertas, e contamos com a oração e ação de todos vocês no sentido de garantir que esse trabalho continue. Deus abençoe vocês!

 

Forte abraço!

Romeu de Almeida

24/01/20

A CARÊNCIA URGE

 

“– Daqui não saio nunca mais! É a melhor coisa do mundo!”

 

Com as águas que desciam da montanha massageando suas costas, o mesmo garoto que agora tomava seu primeiro banho de cachoeira deixara escapar poucos minutos antes que não assistir a pornografia seria o mesmo que morrer virgem. Estes dois momentos insólitos mostram bem o que falta na vida de muitas crianças carentes das favelas brasileiras: falta praticamente tudo! De um simples passeio por uma trilha na floresta a boas referências para a construção de uma sexualidade sadia.

FOGO NA NOSSA SALA DE AULA

No segundo semestre deste ano dedicamos nossa agenda exclusivamente às crianças e adolescentes do Projeto Reconstruir, totalizando seis acampamentos para atender aproximadamente 60 jovens. A agenda do Lamalma é montada justamente pensando na sazonalidade das chuvas, que dão as caras em Setembro, se intensificam em Outubro, mas tomam corpo mesmo a partir de Novembro. Foi um grande sucesso e enorme satisfação para nós atender esse projeto, que é mantido pela nossa igreja em Belo Horizonte com extrema dedicação de voluntários e obreiros. Na impossibilidade de termos Wagner e Julia conosco, contamos com a proatividade hercúlea de nossos irmãos Benet e Fran, que também já foram voluntários no Reconstruir.

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A última data, no entanto, reservou uma triste surpresa... Na eminência da chegada das chuva, com a mata já bastante seca, nosso estado enfrentou a maior onda de incêndios na região desde 2010! Por uma questão de segurança não pudemos realizar o último acampamento. Também o abastecimento de água na região estava comprometido, o ar estava irrespirável, e grande foi o esforço de bombeiros, brigadistas e voluntários para conter as chamas e proteger as instalação do rancho. Graças a Deus agora a chuva voltou! Tardou mas não falhou.

JOCUM MISSÕES E FRONTEIRAS

Eu e Michele passamos a integrar uma equipe de tradutores com vistas a divulgar na língua portuguesa os testemunhos de equipes missionárias da JOCUM Internacional que atuam entre os povos não alcançados ao redor do mundo. Se você também se sentir desafiado a colaborar na tradução e divulgação do que está acontecendo na ponta da lança de missões, entre em contato conosco! Mais informações sobre Missões e Fronteiras, clique aqui:  https://www.ywamfm.org/

Em Outubro promovemos mais um retiro missionário, o terceiro do ano realizado em parceria com a Global Equip. Esses encontros têm o objetivo de promover descanso e interação entre os missionários que atuam na região, além de oferecer ótima comida e palavras estratégicas e de encorajamento para missionários solteiros e casados. Para 2020 há planos de novos retiros, com o intuito de trazer para um ambiente de sossego e descanso missionários brasileiros e estrangeiros chegados nos últimos meses à nossa região.

NOSSA FAMÍLIA 

Somos muito abençoados com nossos filhos! Igor e Eva têm tido bons resultados escolares e também nos esportes que escolheram. Igor treina taekwondo 3 vezes por semana, e neste ano participou de 2 campeonato estaduais. Voltou com ouro das 2 competições.

Eva treina ginástica artística, e treina duro!!! São 4 horas por dia, 5 vezes por semana! Isso toma muito do seu tempo. Eva participou de 4 campeonatos esse anos, e acumulou várias medalhas de ouro, prata e bronze.

BREVE PASSAGEM PELA HOLANDA

Com viagem marcada para Holanda, Michele parte na segunda quinzena de novembro e ficará por 2 semanas. Lá ela terá a oportunidade de rever alguns membros da família, amigos, bem como divulgar nosso ministério. E na volta acompanhará sua irmã Dilma para o Brasil.

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Agradecemos a todos que têm nos sustentado em orações, financeiramente e participando conosco nesta aventura. Amamos o que fazemos, e amamos fazer isso junto com vocês!

Dúvidas? Falem conosco!

 

Forte abraço!!

Romeu de Almeida

06/11/19

UMA JANELA DE LIBERDADE

Um dia com meninos do regime socioeducativo

 

Ao se aproximar sem dizer nenhuma palavra, um membro de nossa equipe foi logo ouvindo do jovem que estava sentado em um tronco fitando as montanhas: “Lá onde estamos é muito ruim, tio!”. Por uma confluência de fatores que vão muitas vezes de um ambiente familiar e comunitário desfavorável, péssimas referências pessoais e de uma cultura de violência e ociosidade, muitos menores acabam em centros de detenção que integram o sistema socioeducativo brasileiro como consequência de atos como tráfico de drogas, roubo, assassinato, estupro, etc. De uma conversa iniciada entre uma aula e outra no curso Crianças em Risco na base de Heidebeek, na Holanda, em 2018, o Lamalma recebeu, finalmente, para um dia de aventura e lazer (não era permitido aos meninos dormir fora da prisão) um grupo de cinco adolescentes acompanhados de duas técnicas mais duas obreiras da JOCUM que têm trabalhado com esse grupo já há algum tempo. Não sabíamos exatamente o que esperar daquele encontro, pois era algo totalmente novo para nós. E o dia que começou com olhares desconfiados dos meninos terminou com sorrisos e uma mochila cheia de boas lembranças e lições de vida.

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SUASE - Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo

Na semana seguinte encontramos na rua uma das técnicas que acompanharam os meninos naquele dia. Dela ouvimos que uma transformação estava em curso; aquele dia havia ficado marcado no coração daqueles jovens, que passaram a incentivar os demais que não puderam ir por mal comportamento. Aos familiares que os visitavam não havia outro assunto que não fossem as atividades de aventura e as lições delas aprendidas. A técnica sugeriu de fazermos uma visita aos meninos, deixando-nos à vontade para fazê-lo, inclusive à noite, caso não tivéssemos outro horário disponível. Que grande satisfação! Glória a Deus pelos frutos muitas vezes invisíveis e pelo aprendizado de que somos apressados para julgar os outros, mas desconhecemos por completo o que se passa no seu interior; somente aquele que sonda os corações conhece perfeitamente qual é a intenção do espírito.

PRÓXIMOS PASSOS

Pela excepcional experiência que tivemos, nos foi perguntado se poderíamos promover outro encontro, desta vez com meninas do centro de detenção. Sobre esta outra aventura contaremos na próxima carta. Outro desdobramento disso tudo foi um convite que recebi (e aceitei prontamente) para falar na formatura do curso de inglês ministrado pela JOCUM no centro de detenção. Grande honra e responsabilidade, não?

ATLETAS DE OURO

Grande tem sido o esforço de Igor e Eva para conciliar estudos e esportes. Recentemente Eva (hoje com 9 anos), que treina 20 horas semanais, participou de um Torneio Nacional de Ginástica Artística realizado no Rio de Janeiro, que contou com a participação de atletas brasileiros de ponta. Para alegria da Eva e das

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meninas da equipe, os atletas brasileiros, alguns deles campeões mundiais em suas categorias, deram toda atenção a elas. Já Igor (11 anos) segue saltando de faixa em faixa no Taekwondo, e há poucas semanas passou à faixa vermelha com ponta preta. Um passo para a preta, o que significa estar apto a alçar voos maiores no esporte. A prole está nos enchendo muito de orgulho, e fazendo o coração bater forte com apresentações e desafios.

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Forte abraço!

Romeu de Almeida

28/06/19

O HORROR

Há pouco mais de 3 anos eu conhecia o Nô Alves na cidade de Barra Longa, município duramente afetado pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de minério de ferro. A desolação dos moradores era refletida nos olhares perplexos mirando o mar de lama que cortava a pequena cidade. O próprio Nô era o retrato do desalento com seu andar cambaleante e a língua enrolada pela cachaça. Perdera tudo o que pôde conquistar com a força do seu trabalho. Mas ainda encontrava lucidez para agradecer pela vida poupada de seus familiares. Eu não tinha muito que fazer ali naquela ressaca coletiva, mas ouvir, ouvir e ouvir. Até hoje troco rápidas mensagens com ele, e posso dizer que ganhei nele um amigo.

Em Fevereiro deste ano foi a vez da Michele, com os pés firmados na lama, estender os braços a adultos e crianças afetados por outro rompimento de barragem, desta vez em Brumadinho, mesma cidade onde fazemos os acampamentos do Lamalma. Uma tragédia de dimensões bíblicas – é chocante quando se assiste ao vídeo do momento exato do rompimento. Uma calamidade humana e ambiental. Novamente, num primeiro momento o sábio foi ouvir, ouvir e ouvir. E Michele pôde fazer um pouco mais. Com a criatividade pôde trabalhar com algumas crianças da região afetadas direta ou indiretamente pelo desastre. Uma forma de amenizar o sofrimento e a dor daqueles pequenos que perderam, além de parentes e amigos, muitos sonhos, que foram enterrados na lama.

“(...) Pois o Senhor consola o seu povo e terá compaixão de seus afligidos” Is 49:13

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2019, E ALÉM...

O Lamalma já tem a agenda praticamente fechada para 2019, e já estamos conversando sobre planos futuros, que incluem trazer crianças de lugares mais distantes, num raio de 200 km de Belo Horizonte. O alvo é atrair também projetos menores que atuam no interior do estado, onde é mais difícil conseguir recursos para proporcionar às crianças atividades como as que temos aqui. Seria fantástico! Orem por isso!

Recentemente fomos procurados pelos responsáveis de um projeto na zona da mata mineira que também atende crianças e adolescentes de favelas no Rio de Janeiro para uma conversa e troca de experiências. Eles gostariam de replicar parte das atividades que oferecemos aqui nas instalações que eles possuem no leste do estado. Uma honra para nós poder contribuir nesse sentido.

Logo publicaremos informações sobre os acampamentos, que começaram no final de Fevereiro. O momento agora é de fazer os últimos contatos e ajustes para, enfim, trilharmos mais um ano de aventuras com o Senhor.

 

Deus os abençoe!

Romeu de Almeida

01/03/2019

UM PROJETO ESPECIAL

Ainda com as marcas dos carrapatos do final de semana anterior, rumamos para um dia de atividades de lazer com aproximadamente 40 crianças e adolescentes do Projeto Reconstruir no Rancho das Pedras Vivas. Intenso e tocante, pois se trata do projeto social apadrinhado por nossa igreja, que se desdobra para manter as portas abertas a jovens tão carentes de cuidado, estrutura familiar e boas referências. Já adiantamos que queremos desafiar você a orar para que em 2019 possamos oferecer acampamentos de finais de semana completos às crianças do Reconstruir. Seriam 6 finais de semana para atender todas as crianças, incluindo o transporte, pois este projeto não tem condições de arcar com tais despesas. Desafio lançado, esperamos que ano que vem estejam disponíveis aqui nos informativos os detalhes e frutos desse trabalho.

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ANTES E DEPOIS

Às vezes Deus nos concede a graça de podermos nos deleitar nos frutos do trabalho. Pouco depois de um acampamento com os adolescentes da Missão Jeriel, em Outubro, fizemos uma visita ao grupo, então liderado por uma geração de jovens anterior à hoje atendida pelo projeto. Para minha grata surpresa, poucos minutos antes de a reunião começar, vejo uma bela jovem entrando com seu carron, já se posicionando para o louvor. “Eu te conheço, garota...”, eu disse, tentando puxar da memória o nome da menina. Ligeira, com um sorrisão no rosto, sacou seu celular, e depois de umas deslizadas de dedo me veio com uma imagem de pelo menos 8 anos atrás. Era ela clipada no cabo de segurança para descer a tirolesa e o tio aqui esperando para jogá-la sobre a lagoa no Centro de Aventura Novo Destino, onde começamos o trabalho com atividades de aventura voltadas para crianças. Imagina minha alegria ao ouvir dela: “Fiquei bastante feliz com esse reencontro! Sou grata demais por você. Se eu me tornei essa pessoa, grande parte devo a você. Aprendi muito quando era criança”. Graça pura poder viver momentos tão graciosos assim!

2018 começou um pouco tarde para nós devido à viagem para Holanda e problemas de saúde que precisaram ser tratados no

primeiro semestre. Por isso, tentamos compensar intensificando os acampamentos no segundo semestre, e nessa correria tivemos um final de semana especial com jovens surdos e seus pais. Por ser assim tão importante a busca por vínculos familiares mais fortes, decidimos eternizar esses momentos presenteando os jovens com ampliações fotográficas suas com seus pais. É onde entra com força nosso amigo e fotógrafo Wagner Flores, com imagens de arrancar sorrisos de qualquer pai ou mãe.

INCERTEZAS E NECESIDADES URGENTES

Sem dúvida, 2018 foi um ano espetacular para o Lamalma, com as parcerias firmadas que garantiram finais de semana inesquecíveis a crianças e adolescentes carentes. No âmbito pessoal, no entanto, estamos apreensivos quanto a necessidades financeiras urgentes e à incertezas quanto ao que fazer

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a respeito. Desde meados de 2017 temos testemunhado uma queda acentuada de nossa receita pessoal, o que torna dificultoso qualquer tipo de planejamento familiar e, por extensão, ministerial. Estamos orando e comunicando essas necessidades a fim de garantir a continuidade de um trabalho que abarca bem mais do que um final de semana, mas também, planejamento, acompanhamento social, desenvolvimento operacional, comunicação e, por que não dizer, oposição espiritual (para ficar apenas com o Lamalma). ‘Desafio’ é uma palavra que gostamos de usar durante os acampamentos. E essa mesma palavra colocamos para você novamente nesta carta. Sinta-se desafiado a orar por essa questão e, se sentir a paz de se tornar um mantenedor nosso, certamente será uma grande satisfação para nós, e um alívio.

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Não temos dificuldade alguma em pedir suporte ou apoio financeiro para o Lamalma e suas demandas específicas. Mas quando é o seu pessoal na reta, o assunto fica mais complicado. Tenha certeza de que colocar isso em palavras aqui nesta carta também foi um desafio para nós. Esperamos que você ore a respeito, e considere essa possibilidade. E não podemos deixar de agradecer aos amigos fiéis que têm sido um baita suporte financeiro e de oração para nós. Vocês têm sido o milagre que testemunhamos todos os dias. Muito obrigado!

SEMPRE SERÁ NATAL!

A despeito de toda incerteza e receio, naturais a nós criaturas, a certeza maravilhosa do filho que se nos deu, que traz em si os nomes Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (Is 9:6) vem carregada de esperança inabalável. No Deus menino reside nossa vitória.

Glória ao Eterno pelo poderoso amor encarnado em Jesus, nosso Senhor e Salvador. É Natal! Que reine a Paz em vossos corações, queridos!

Forte abraço! Deus os abençoe!

Romeu de Almeida

11/12/2018

ADIADO PELA CHUVA

Todos mobilizados, mantimentos comprados, local preparado. Foi quando a chuva torrencial e o vento então trouxeram dúvidas e apreensão na sexta-feira à noite. Os temores se confirmaram no sábado bem cedo, quando recebemos a mensagem de que algumas mães preferiram não liberar seus filhos para o acampamento... Jamais havíamos experimentado um cancelamento até Julho, e agora este, em Agosto, fora o segundo em sequência, devido a motivos que fugiam ao nosso controle. A frustração foi grande – ainda mais porque depois da manhã de sábado, nenhuma gota caiu do céu, e o sol deu as caras –, mas, por outro lado, sabemos que Deus detém todo controle em suas mãos, e nada foge à sua atenção. Não sei se conseguiremos outra data para aquelas crianças entre 7 e 12 anos, mas já vínhamos orando por elas, e sabemos que tudo contribuirá para o bem delas. Se não for neste ano, certamente nos esforçaremos para que em 2019 elas tenham um final de semana de tirar o fôlego, e que jamais se esquecerão.

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QUADRO VIVO

Observar barracas ‘acesas’ sob um céu estrelado significa mais do que apreciar um quadro vivo... Para nós significa testemunhar a concretização de um sonho. Antes mesmo de adquirirmos as barracas e os equipamentos que hoje usamos para os acampamentos já tínhamos em mente a utilização de lanternas e Bíblias nas barracas, de modo a estimular a leitura e agregar valor à experiência de aventura. Tudo dependeu de tempo, contatos e recursos financeiros para que em Junho de 2018 estreássemos nossas Bíblias e lanternas; um momento, confesso, que fez meus olhos se encherem de lágrimas. Alegria imensa ao ver as barracas iluminadas sob o céu estrelado, as silhuetas que despertavam em nós a curiosidade sobre em que parte do universo aquelas crianças estariam viajando naquele momento, ou onde estaria seu coração. Ou quem sabe se elas sentiam – tal como Sadraque, Mesaque e Abede-Nego – acompanhadas daquela outra figura de aspecto semelhante ao Filho de Deus no aconchego daquela pequena tenda.

REUNIÕES E CAPACITAÇÃO

Agosto foi mês de assembleia do Lamalma, na qual reunimos a diretoria, conselho e interessados em saber mais sobre o trabalho. Todos colaboraram com propostas riquíssimas que servirão para contribuir para o crescimento na excelência do trabalho. Propostas no sentido de aumentar o alcance da divulgação e promoção do projeto também foram discutidas. Momento incrível na caminhada do projeto, coroado com uma confraternização no melhor estilo Lamalma: Churrasco!!

Michele participou de um curso de capacitação para professores de crianças e juniores na Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte, com preciosas informações sobre como priorizar e aperfeiçoar estratégias que visam o ensino e o entendimento das crianças e juniores a respeito do reino de Deus. Foi mais uma ferramenta colocada em nossas mãos para nos capacitar e ajudar no trabalho.

Os próximos meses serão intensos. Por favor, orem pelos próximos acampamentos. A probabilidade de chuva aumentará a cada mês. Mas a aventura não pode parar! Forte abraço!

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Romeu de Almeida

03/09/2018

O EXEMPLO DA PERSEVERANÇA

“Durante a trilha até as atividades, eu poderia escolher outro caminho , um atalho, um passagem mais fácil. Mas escolhi seguir com o grupo. Precisei de ajuda, e aprendi com isso.” Assim, uma voluntária americana, que ficará 3 meses ajudando no trabalho com a Casa Semear (JOCUM-BH), que atende jovens surdos, compartilhou sua experiência de percorrer a trilha que levava a alguns desafios de aventura. Ela, que além de surda sofre também de uma doença degenerativa chamada retinose pigmentar, não tem visão periférica, e enxerga como quem observa através de uma luneta. Muitos tropeços e topadas desde pequena fizeram dela um baluarte de perseverança e exemplo para os jovens que acamparam com o Lamalma juntamente com suas mães.

 

O propósito era estreitar os laços familiares e trazê-los para mais perto da Casa Semear, vencendo eventuais resistências – tanto das mães como dos filhos, com o tema acampamento: “O Deus das Gerações”. E nada melhor do que abordar o assunto em um ambiente descontraído e de desafios em meio à natureza. Foi libertador por si só, pois acampamentos assim revelam muito do poder de Deus. Mas também o foi por causa do que aconteceu até chegarmos ali...

FOI NO TRANCO

Depois de 3 meses divulgando o projeto, a primeira data agendada precisou ser trocada, em virtude de uma cirurgia que Michele precisou fazer. Então, passamos a mirar na segunda data. Mas então foi quando eu precisei fazer uma cirurgia, simples, porém de pós-operatório mais complicado. A ansiedade já pesava nos ombros, quando estourou a greve dos caminhoneiros e o país entrou em uma severa crise de abastecimento de bens e serviços. Seria um terceiro cancelamento? Dessa vez não! Conseguimos nos mobilizar e promover um acampamento maravilhoso. A tensão que eu sentia somente se dissipou na segunda-feira, depois de desmoronar de cansaço e despertar com o sentimento de alegria e alívio pelo que pude testemunhar naquele final de semana.

 

Apesar de todas as dificuldades, no período que precedeu o acampamento, nos mantivemos – e ainda estamos trabalhando nisso – na tradução de livros (Michele um e eu outro), além de estabelecer novos contatos com projetos, casas lares e orfanatos que porventura tenham interesse em oferecer acampamentos de aventura às crianças e adolescentes. Seguimos fazendo nosso planejamento e analisando onde ainda precisamos de meios e equipamentos para manter a excelência na proposta de mostrar Jesus através do poder da criação e dos relacionamentos saudáveis.

ORAÇÕES BEM-VINDAS

Entram aí alguns pedidos de oração por demandas específicas. Nossa necessidade primeira é de um carro grande exclusivo para o Lamalma – que inclusive pode ser o nosso próprio carro. Ele, no entanto, não está mais atendendo à nossa família, pois já é mais velho, consome mais combustível e tem apresentado problemas constantemente. Pretendemos – e precisamos – de um carro menor e mais econômico para nosso dia a dia. Também estamos trabalhando na reforma de algumas barracas e equipamentos, mas em breve precisaremos comprar novas tendas e uma lona grande para os dias de chuva. Ajuda tem chegado, somos gratos por isso, e pedimos que orem pelas pessoas que têm ofertado de coração ao Lamalma e à nossa família. Em breve teremos mais notícias, pois esperamos engrenar a quinta e seguir em frente!

 

Deus os abençoe ricamente!

Romeu de Almeida

04/06/2018

A VOLTA

De carro de Ermelo a Amsterdam. De Amsterdam a Paris de ônibus. Da França para o Marrocos e de lá até São Paulo, para somente então aterrissarmos em BH. Tudo isso com muita mala, bagagem de mão, mochilas com laptops, tablets (num total de 14 volumes!!!), duas crianças e um unicórnio (não é lenda!). Dessa forma voltamos ao Brasil depois de dois meses e meio na Holanda, numa primeira oportunidade de divulgarmos o Lamalma, nosso carro-chefe no trabalho missionário. Foram dias intensos de encontros, visitas, apresentações, reuniões e até uma entrevista para uma conceituada revista cristã de lá! Fizemos tudo que estava ao nosso alcance para conseguir mais apoio nessa que foi nossa primeira oportunidade de divulgação fora do Brasil como organização institucionalizada. Muitos contatos foram feitos e cremos que ainda renderão bons frutos.

O fato é que hoje temos garantido recursos para compra de comida para os próximos acampamentos neste ano de 2018. Ainda necessitamos de um carro para o projeto, bem como adquirir cordas e lonas sob medida para garantir noites tranquilas (e secas) durante a temporada de chuvas – que em Minas se estende até meados de Abril. Mas continuamos em oração para que tudo isso chegue no tempo certo. Contudo, iniciamos os contatos para os próximos acampamentos, onde teremos a estreia de nossa tão sonhada tríade Barraca + Bíblia + Lanterna. As lanternas, que era o que faltava para completar a trinca já foram compradas com dinheiro de uma oferta específica, e agora é caprichar nas fotos noturnas de barracas cintilando nas noites de aventura.

Nosso plano era de começar com um acampamento já no dia 17 de Março, mas acabamos de saber que Michele terá de se submeter a uma nova cirurgia para retirada de um carcinoma (tipo de câncer de pele), do mesmo tipo que ela teve no nariz, porém dessa vez, é nas costas. Nada muito complicado, mas é preocupante pela reincidência. Pedimos oração por isso.

A FAMÍLIA E SEUS DESAFIOS

Outro precioso aspecto dessa viagem foi o tempo em família e com amigos. Intenso e imensamente prazeroso! Seis aniversários, festejos de fim de ano, Sinterklaas, deliciosas confraternizações, concertos natalinos, patinação no gelo e até uma disputa de basquete em cadeiras de rodas com Davi, irmão da Michele. Experiências inesquecíveis! Com o calendário escolar diferente do Brasil, Igor e Eva puderam frequentar a escola lá (enquanto eram férias no Brasil) e conhecer um hábito não muito comum entre os coleguinhas aqui: receber e visitar amigos de sala todas as tardes entre um turno e outro. Foi excelente para sua aculturação e também para o Holandês deles, que melhorou bastante. Como brasileiros que detestam calor, foi um deleite para nós curtir um frio com média de zero grau, testemunhar uma nevasca que parou o país e nos assustarmos com um código vermelho por causa de um vento que soprou zangado pelas planícies holandesas.

MOTIVOS PARA AGRADECER E ORAR

  • Somos muito gratos a todos que se mobilizaram em nosso favor antes, durante e depois dessa viagem. Meu coração se enche de alegria ao lembrar o esforço hercúleo de toda família da Michele, sobretudo Johan e Jeannette para preparar a casa onde ficamos e toda assistência que recebemos lá até o último instante antes de embarcarmos em um ônibus para Paris. E à minha família e amigos aqui no Brasil pelo apoio e recepção calorosos na volta;

  • Gratos também pelas ofertas, tanto pessoais como para o Lamalma de tantas pessoas que mostraram interesse e estenderam suas mãos a nós e se comprometeram a nos sustentar em oração;

  • Obrigado pelo apoio recebido da Evangelie Gemeente Ermelo, Rancho da Pedras Vivas, Projeto Farol e inúmeros amigos e familiares envolvidos conosco nessa missão;

  • Um importante pedido de oração: precisamos urgentemente de um carro para o Lamalma. Nosso carro pessoal é velho e já não é mais tão confiável como antes;

  • Na Holanda ocorreram feridas reincidentes na pele que levaram Michele a visitar um médico por lá, mas com resultados pouco esclarecedores. Já no Brasil, exames mais cuidadosos foram feitos e foi confirmada a reincidência do tal carcinoma citado acima na carta. Contamos com a oração de todos por uma cura total para esse problema.

 

Estamos abertos a contatos! Esperamos construir mais e mais pontes!

Romeu de Almeida

07/03/2018

Vínculos Fortalecidos

Em setembro realizamos mais um acampamento com lindas meninas atendidas pela Casa Semear, da JOCUM-BH, algumas delas recém-chegadas à Casa que atende a adolescentes e jovens surdos, um dos 10 grupos de pessoas menos alcançadas pelo Evangelho no Brasil. Foi uma oportunidade única e especial para que os líderes da Casa Semear estreitassem os laços com as meninas, ganhassem sua confiança e enchessem suas mochilas de inesquecíveis histórias e lembranças. 

O DESAFIO DE CONTINUAR CAMINHANDO

Era nosso desejo, e também dos projetos sociais que atendemos, que promovêssemos mais acampamentos ainda nesse ano. Porém, basicamente por dois motivos isso não foi possível. O primeiro foi a falta de recursos. Dependemos de doações para a compra de mantimentos, e dessa vez o orçamento foi à lona. Sabemos que Deus tem tudo sob controle, e que qualquer coisa que disser respeito ao Lamalma tomará forma no tempo e da maneira certos, pois tem sido assim desde que eu e Michele entendemos e aceitamos o desafio de fé que é encabeçar esse trabalho. O segundo motivo foi a eminência da chegada da temporada de chuvas. Sem condição de abrigar adequadamente as crianças e adolescentes no caso de uma chuva mais forte, traçamos planos para adequar a área de camping, mas esbarramos no primeiro motivo. Nada que seja muito caro, mas ainda assim precisamos esperar.

Enquanto isso, tempo e esforços estão sendo direcionados à confecção de material de divulgação do projeto, uma vez que confirmamos nossas passagens para Holanda com vistas à divulgação e construção de novas pontes tanto para o Lamalma como para nossa família. E dá-lhe trabalho! Foram confeccionadas camisetas muito bacanas do Lamalma, que já estão disponíveis para compra, com o objetivo de ajudar o trabalho. Também estamos trabalhando em folders com informações tanto em Português como em Holandês, cartões de visita e outros materiais objetivando a divulgação do projeto. Um novo vídeo promocional está prestes a ser lançado. Clique aqui e assista ao teaser.

PARA 2018, UM LAMALMA 2.0!

Temos também muitas razões para comemorar! Recentemente conseguimos adquirir 18 travesseiros infláveis novos para disponibilizarmos nas barracas e fomos abençoados pela Editora Vida Nova com a doação de 20 Bíblias Mangá e 200 revistinhas para leitura nas barracas!! Faltavam apenas as lanternas de cabeça para que esse material pudesse ser disponibilizado nas barracas à noite. E, novamente, através de uma doação, conseguimos os recursos para comprá-las. Estamos orando agora para aquisição de lonas sob medida e um slackline. O ano de 2018 promete um Lamalma turbinado e muitas crianças recebendo mais amor, atenção, lazer e aventura. Uma campanha por pezinhos mais sujos de terra...

PARTIU HOLANDA

Como dissemos acima, estamos com as passagens compradas para Holanda e fazendo contatos com pessoas, igrejas, células e grupos de crescimento que tenham interesse em ouvir um pouco sobre o que tem sido feito e quais serão nossos futuros desafios. Aos que estão lendo esta carta, particularmente os holandeses, fiquem à vontade para nos contatar e marcar um encontro. Estaremos por aí a partir do dia 26 de Novembro até meados de Fevereiro. Vai ser muito bacana construirmos essas pontes juntos. Nos veremos em breve.

Romeu de Almeida

21/11/2017

NATAL

Passaremos o Natal em terras um pouco mais frias que as de costume para nós, mas o sentimento em relação à compaixão por parte do Pai ao enviar Seu único filho é rigorosamente o mesmo. Esperamos que o Natal traga a todos uma reflexão acerca do significado deste ato de amor incondicional, e que assim encontrem a Paz. Deus os abençoe!

ACAMPAMENTOS, SERÁ QUE VALE A PENA?

Ministérios prosperam de acordo com a graça e misericórdia de Deus. A Casa Semear (JOCUM-BH), que atende crianças e adolescentes surdos, passou por dificuldades além das que já estava acostumada, com falta de obreiros e decretos governamentais que tornaram o trabalho muito mais moroso. O fato de termos recebido adolescentes surdos vindos da Casa Semear no Rancho das Pedras Vivas para um delicioso acampamento é um sinal do vigor da mão de Deus em favor desses jovens, que integram o sétimo grupo de pessoas menos alcançado no Brasil, de acordo com dados de agências missionárias brasileiras. A fórmula era simples: novos obreiros e novos adolescentes demandam novos relacionamentos, e um final de semana integrando, convivendo, orando e se divertindo muito é um jeito infalível de trazer pessoas a estarem face a face umas com as outras, de gerar empatia, alegria e trazê-las para presença do Senhor.

       

     

“A adolescência é um período que exige muita atenção e para o adolescente surdo ainda mais. O acampamento que o LAMALMA nos ofereceu no último mês proporcionou um ambiente muito propício para descanso, diversão e tempo de qualidade. Em certos aspectos tivemos a impressão que reencontramos alguns meninos que estavam perdidos dentro do nosso programa. Voltamos do acampamento muito gratos com os preciosos momentos que tivemos juntos. A proposta do LAMALMA é fabulosa!” – Davidson, líder da Casa Semear.

Da mesma comunidade carente, a Pedreira Prado Lopes, recebemos através da Casa Rocha (JOCUM-BH) preciosas meninas de 8 a 12 anos para lançá-las a desafios de fé e coragem em parceria com o Instituto Farol e seus incríveis voluntários. Um final de semana de estreias. Para muitas das meninas, foi a primeira noite em uma barraca, o primeiro banho de cachoeira, a primeira descida em uma tirolesa, a primeira vez em que ouviram uma historia da Bíblia em volta de uma fogueira e comeram marshmellows. A história já era conhecida, a da Ovelha Perdida, mas em volta da fogueira tudo fica mais legal. Enquanto Michele foi contando a história, os olhos das crianças reluzindo à luz do fogo mostrava o quanto estavam esperando o desfecho. Quando finalmente Michele pegou uma das crianças e a pôs nas costas, como o pastor fez com a ovelha, elas puderam entender que todas eram a ovelha perdida e careciam da bondade e graça do Bom Pastor.  O apelo foi feito, e em bom e alto som pudemos ouvir várias crianças, pedindo perdão pelos pecados e erros do passado e querendo ajuda no futuro que está por vir. Alguma dúvida de que isso ficará marcado em suas memórias?

 

ALÉM DAS BARRACAS E CACHOEIRAS

O LAMALMA tem muito a agradecer a Paul e Ashley Perry, pelo apoio dado e por tornar possível receber crianças e adolescentes carentes em sua propriedade, bem como também ao Instituto Farol e à Caverna de Adulão, nossa igreja, que se mobiliza de forma espetacular para garantir o espaço e a alegria de tantos jovens. São pilares estruturais do trabalho hoje do LAMALMA. Mas há uma realidade por trás mais complexa que gostaríamos de esclarecer. O LAMALMA somos basicamente eu, Michele e Wagner, nosso amigo e meu parceirão desde os saudosos anos 80. Obviamente, como todo projeto germinal, fica difícil separar o que é pessoal do que é ministério. Mas isso é de importância ímpar, em nome da ordem, da transparência e da independência institucional. Temos trabalhado nisso, mas a verdade é que nossa família ainda carece de maior apoio financeiro, e o que falar do LAMALMA, que basicamente existe à custa dos nossos recursos (salvo quando recebemos ofertas específicas para aquisição de equipamentos ou mantimentos para os acampamentos). Portanto, a palavra para aqueles que nos apoiam no momento é confiança naquilo que estamos fazendo.

 

LAMALMA E SEUS DESAFIOS

Oramos para que consigamos recursos para abrir uma conta exclusiva do projeto, bem como condições para pagar uma contadora (que já tem feito a caridade de nos orientar e ajudar até o fim do ano por um valor simbólico). E agora que se tornou uma ONG, o Lamalma tem taxas para pagar e também precisa de um veículo (usa-se o nosso particular) e detalhes mil que me fazem surtar... No plano prático, temos o alvo de conseguir patrocinadores para adquirirmos 18 travesseiros infláveis (aproximadamente R$270,00) e 18 lanternas de cabeça (R$270,00). Se você quer se tornar um parceiro do LAMALMA entre em contato conosco!

 

NÓS E NOSSOS DESAFIOS

Com vistas à divulgação do projeto, e visitar família e amigos, temos planos de ir à Holanda nos meses de Dezembro e Janeiro. Bem, não é de hoje que nossa família tem testemunhado milagres que nos levaram para muuuuuito além de onde imaginávamos, e cremos que isso pode se concretizar, mesmo com o Brasil em crise, o dólar caro e tantas coisas para desembolar por aqui. Contamos com a oração de TODOS, por favor!

Se você quer se tornar um mantenedor mensal ou esporádico de nossa família para que esse ministério siga adiante, entre em contato conosco, vai ser um prazer te ver parceiro deste trabalho que Deus tem feito através de nossa família.

Durante o tempo em que estivermos na Holanda gostaríamos muito de poder mostrar em Igrejas, grupos caseiros, grupos de jovens, escolas dominicais, empresas, o trabalho que temos feito. Nossa agenda está aberta para Dezembro e janeiro. Por favor, entre em contato se quiser saber mais sobre o Projeto LAMALMA e agende um dia conosco, vai ser um prazer poder compartilhar o que Deus tem feito na vida de muitas crianças e da nossa família.

 

VISITAS E FILMAGENS

E mais uma notícia empolgante é a chegada em BH de Jonathan e Johanneke com a família nesse mês de Julho para as férias do meio de ano. Tempo de rever os ‘de Jong’ e dos primos se refestelarem até babar, matar a saudade, por a conversa em dia e, surpresa... trabalhar em um novo vídeo promocional ou institucional (quem sabe os dois!) para o LAMALMA. Aguardem!

 

Forte abraço!!!

Romeu de Almeida

11/07/2017

Barracas alagadas

A previsão era de chuva. E, fato, choveu muito à tarde. Molhou nossa lenha. Consideramos utilizar o dormitório para pernoitar. Mas o clima era de aventura, e mesmo assim as crianças preferiram montar acampamento, e a Palavra foi pregada à luz de uma reluzente fogueira – a umidade da lenha sucumbiu aos nossos esforços de acender a fogueira e à vontade de saborear uns marshmallows. Acima de nós um cenário pitoresco de um céu explodindo com relâmpagos em cores que nos lembravam de que a tormenta nos espreitava. Estávamos confiantes que, a despeito das previsões e dos lembretes que luziam sobre nossas cabeças, o aguaceiro não desceria sobre nossas barracas. Qual nada!!!  Essa parte da história termina comigo de madrugada sacudindo tenda por tenda, acordando nossos pequenos explo-radores e instruindo-os a correrem com seus sacos de dormir para o dormitório.

Um evento para arrecadar fundos para a empreitada, o Festival das Estações, acontecerá no dia 15 de Abril. Vale a pena conferir! Também seguimos firmes na diaconia e escola dominical dos adolescentes de nossa igreja, e colados nas necessidades e desafios que surgem na comunidade. 

O momento em que percebi que não teria outra solução foi quando o barulho da chuva passou a ser mais alto do que o ronco da Eva em nossa barraca. Frustração? Para mim talvez, mas para a criançada foi mais uma experiência nova e divertida que garantiu um final de semana inesquecível para meninos de 9 a 12 anos atendidos pela Casa Rocha (JOCUM-BH).

 

Em parceria com o Rancho das Pedras Vivas, o Instituto Farol e voluntários dedicados, o LAMALMA tem garantido mais 5 acampamentos até Julho desse ano. E a agenda está aberta... Já no campo burocrático, uma importante vitória foi consumada, com o registro do projeto junto ao poder público. Estamos agora devidamente registrados como uma ONG. Grande vitória! Agora podemos, por exemplo, abrir uma conta para movimentarmos a grana que não temos – ainda!

Durante o verão, que corresponde ao período de chuvas por aqui, acampamentos não são muito recomendados.

E, de fato, o primeiro do ano aconteceu apenas em Março. Porém, antes disso, nos envolvemos no planejamento de uma grande intervenção evangelística que acontecerá em Julho em parceria com várias igrejas e ministérios que têm caminhado conosco, como o Rancho das Pedras Vivas e o Instituto Farol.

Trazendo os desafios para dentro de nossa casa, temos a alegria de informar que a Eva está passando por uma bateria de testes que parecem garanti-la na equipe de ginástica artística do Minas Tênis Clube(!), o que nos obrigou a trocá-la de turno no colégio. Agora fica o Igor de manhã e a Eva à tarde – um pesadelo do ponto de vista logístico. Principalmente quando seu carro deixa de funcionar e precisa passar uma longa (e cara) temporada na oficina. E tudo isso com a Michele lutando contra uma inflamação séria no ombro que a impossibilitava até mesmo de mover o braço esquerdo. Findado o tratamento e a fisioterapia, é vida que segue, com ela conseguindo já bater as asinhas. 

Romeu de Almeida

10/04/2017

Mutirão

O exército pelejando em campo aberto, lançando mão de todos os seus recursos para sobrepujar o oponente. O combate vai se arrastando, na mesma medida em que as forças vão se esvaindo. É quando o inimigo, que parece ficar gradativamente mais forte e implacável, é surpreendido pelos flancos por tropas aliadas, carregando o nosso estandarte, armadas até os dentes e cavalgando com vigor espartano. A sensação de alívio e disposição recobrados faz com que os braços cansados ergam mais alto suas espadas. Foi mais ou menos assim que nos sentimos quando, num sábado ensolarado, trabalhávamos em mutirão para conseguir o usufruto de um belo espaço para realizarmos acampamentos com crianças carentes. Para mim, o reforço que chegara à tarde fez o tronco que precisávamos arrancar parecer menor do que era na parte da manhã. Foi revigorante e, sem exagero, abençoador ver pessoas dispostas a ajudar em uma causa que não é nossa, mas de Deus. Com esse trabalho conseguimos garantir dois acampamentos em um local bacanérrimo para as crianças.

Acampamento

Um deles se deu nos dia 19 e 20 de Novembro, com adolescentes da Pedreira Prado Lopes atendidos pela Casa Rocha, da JOCUM-BH. Havia duas semanas a chuva não parava, mas uma janela de sol se abriu para aquele fim de semana – para voltar a cair nos dias seguintes – e os jovens mergulharam em aventuras que jamais imaginariam. Com a incrível experiência em cursos de sobrevivência na selva e oficinas ao ar livre, o Projeto Farol, liderado por Roberto Gomes, o Leão, trouxe ao limite a confiança e determinação dos meninos – logo eles, que ao se pendurarem numa plataforma, passavam de um estado de marra para os gritos de “me puxa de volta, professor!!!” Atividades ao ar livre, trilhas, conversas ao redor da fogueira, devocionais e orações com os rapazes marcaram momentos preciosos nas vidas de todos os presentes. Para mais fotos, clique aqui.

Ao final do acampamento uma pergunta foi feita aos adolescentes: “O que vocês aprenderam aqui que vão levar pra vida toda?”. A resposta foi de fazer o coração chorar de alegria quando um deles disse: “Que eu preciso escolher minhas amizades como Jesus faria.” Sensação de dever cumprido e toda glória a Deus.

Temos muitos motivos para agradecer à equipe do Rancho das Pedras Vivas, do Projeto Farol, da Casa Rocha, aos brutos que cederam seus muques e às pessoas que doaram dinheiro e tempo de oração para que tudo isso acontecesse. Muito obrigado! E a trilha continua!

Registro oficial do Lamalma

Outra questão em que estamos trabalhando é no registro do projeto. Poderíamos dizer que já temos uma diretoria – só que ainda não. Uma produtiva reunião foi feita em Setembro, e pessoas já envolvidas e cientes de como funciona todo o trabalho discutiram o estatuto e foram eleitas para compor os quadros do Lamalma Aventuras Outdoor. Foi um encontro produtivo e dinâmico, ao contrário da burocracia brasileira, que custa caro e puxa o freio de mão de qualquer iniciativa que depende de carimbos. É um pântano que teremos de atravessar. Uma aventura, só que por trás de mesas e balcões... Orações muito bem-vindas!

Outros projetos

O Projeto LAMALMA tem sido nosso carro-chefe, no entanto, nossas andanças passam por eventuais oportunidades de compartilhamento de estratégias de evangelismo de crianças e adolescentes, pregação e tradução da Palavra, como ocorreu em Julho no Rio de Janeiro durante a Escola Crianças em Risco. Estamos envolvidos em várias frentes de atuação em nossa igreja, a Caverna de Adulão, passando pela diaconia, grupo de louvor, escola dominical, além de vínculo com o Projeto Reconstruir, com aulas semanais na área de educação sexual e saúde para os adolescentes do Morro das Pedras.

Sustento mensal familliar

Somos muito gratos às pessoas que têm nos apoiado com sustento financeiro e oração. Esses recursos têm permitido que permaneçamos em tempo integral no chamado que recebemos. É bom e fundamental que a Igreja de Cristo faça parte disso. Da mesma forma que não temos renda fixa, muitos são os desafios financeiros pessoais mensais que temos enfrentado. Para o próximo ano, ainda não contamos com uma rede de apoiadores que garanta sustento suficiente, de acordo com o orçamento familiar mensal que projetamos (escola para Igor e Eva: R$1.300,00; contas: R$400,00; despesas domésticas e comida: R$900,00; carro: R$500,00; plano de saúde: R$450).

Se você quer se tornar um parceiro da nossa família – com muito ou pouco –, gostaríamos de encorajá-lo a orar a respeito disso, e se sentir que Deus o tem orientado nesse sentido, entre em contato conosco. Envolva-se.

Um Natal Cristocêntrico

Muito se fala em ações e sobre estar em movimento. Mas na verdade, como disse o apóstolo Paulo, se não tivesse amor, de nada valeria. Deixemos que o amor aflore em nossos corações, principalmente nesse período em que celebramos o nascimento do nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo. Pois é esse amor que transforma, redime e nos impulsiona à ação. Que possamos nos permitir que nossas ações vindouras sejam um desdobramento do amor contagiante e irresistível de Jesus. Desejamos a todos um Natal Cristocêntrico e um 2017 cheio de graça e paz. Deus os abençoe!

Romeu de Almeida

17/12/2016

ÁGUA NA CABEÇA

Junho não chove. Ponto. Não na região central de Minas Gerais. Não chovia nem quando tinha de chover, no verão, por que agora? Daí minha indignação com o aguaceiro que descia um dia antes de um acampamento em pleno Outono. Consultando a previsão do tempo a todo momento – que indicava chuva, chuva e mais chuva – e postergando ao máximo a montagem das barracas – pois o céu parecia estar abrindo –, eu estava no melhor estilo proncovô (os mineiros entenderão) com o equipamento de camping. Não queria montar barracas entre quatro paredes. Queria ver as crianças dormirem no friozinho do campo aberto ao som de grilos e acordarem com as nuvens repousando sobre o mar de Minas ao som de pássaros. Decidimos reunir as crianças do CECORE – Associação Corredores do Reino – para perguntar se queriam correr o risco. Advinha?! No melhor estilo Lamalma, foram unânimes ao dizer: “Ao ar livre!” Mas passei a noite em claro pedindo a Deus que deixasse aquelas crianças terem uma experiência diferenciada.

Não sei se pelas minhas orações ou se pela falta de precisão da previsão do tempo, mas nenhuma gota desceu do céu. O sábado já tinha sido de trilhas e aventura nas alturas e o domingo prometia uma bela cachoeira. “Morri e tô no Céu”, “Melhor dia da minha vida”, eram alguns dos comentários que circulavam entre a piscina e o quiosque onde saboreavam um churrasco com guaraná. Para mais fotos clique aqui.

 

Não foi um acampamento fácil. Por uma questão de incompatibilidade de agenda, desta vez não pudemos contar com ajuda de voluntários. Houve uma sobrecarga, e nos ocupamos um pouco mais com tarefas operacionais, o que nos tolheu de uma convivência ainda maior com as crianças. No entanto, tudo correu bem, e as lembranças deste fim de semana ficarão marcadas, temos certeza, na memória dessas preciosas crianças. Já estamos esquentando os miolos para articular um novo acampamento, e para isso contamos com as orações e apoio de todos. Forte abraço!

Romeu e Michele

Romeu de Almeida

16/06/2016

De volta à trilha

As pernas em V formando um ângulo de 90° em relação à rocha e as mãos corretamente posicionadas na corda que os sustentavam significavam que nada mais aqueles jovens podiam dizer – senão com os olhos e expressões faciais –, mas vencer o frio na barriga e curtir a descida de rapel. A aventura foi proposta a adolescentes e jovens surdos atendidos pela Casa Semear, da JOCUM-BH.

 

O final de semana dos dias 02 e 03 de Abril de 2016 marcou o início de uma nova fase do projeto LAMALMA. Desde nosso retorno no segundo semestre do ano passado da Holanda e Indonésia, nossas orações e esforços se concentraram no planejamento de acampamentos envolvendo uma logística itinerante (para mais detalhes, clique aqui). Concomitantemente, já no ano passado começamos a visitar fazendas com o intuito de comprar um pedaço de terra em que pudéssemos desenvolver o projeto, sem grana alguma, talvez com o mesmo sentimento que Noé teve enquanto construía sua Arca, sem qualquer sinal de gota alguma do céu. Mas, cientes de que tudo se dá a seu tempo, mergulhamos no desafio de promover acampamentos da maneira que fosse possível no momento, ou seja, estabelecendo parcerias com diversas pessoas durante as diferentes etapas do processo. Assim foi, portanto, numa mobilização magnífica da nossa igreja, a Caverna de Adulão, de onde 16 caboclos disponibilizaram seus músculos para pagarmos com mão de obra o aluguel de um rancho incrível encravado no meio das montanhas. Em outras palavras, na falta de grana, pagamos com suor. Sempre com vistas à obra missionária. É sempre tocante ver a igreja envolvida no que realmente importa, seu chamado, sua missão.

Depois foi a costura de datas, tanto das disponíveis na fazenda, como do grupo que convidamos. Detalhes sobre o que levar, levantamento de recursos financeiros para a comida, programação, parcerias com pessoas que pudessem se voluntariar para monitorar o grupo em atividades específicas, etc. Foi como reger uma orquestra – na verdade, carregar o piano, afinal, foi Deus quem orquestrou essa sinfonia bastante, digamos, improvável.

O arranjo saiu melhor do que a encomenda. Paul Perry, o proprietário do Rancho das Pedras Vivas, disponibilizou uma área muito bacana para a fogueira a uma distância segura das barracas, e seguiu conosco pela trilha que levava a uma bela cachoeira. Roberto Gomes e Chacal, do Projeto Farol, que estavam no local durante o acampamento se voluntariaram a fazer o rapel com todo cuidado e segurança, propiciando aos jovens experiências como a relatada no início deste texto. Piscina, Palavra, boa comida (com direito ao tradicional churrasco!) e, o mais importante e motivo de todo esse trabalho, os adolescentes e jovens da Casa Semear, que encantam e se deixam encantar com sua alegria e afetividade. Um grupo, de fato, especial. Para mais fotos clique aqui.

O PRÓXIMO PASSO

Com o número alto de voluntários que foram trabalhar para ganharmos o direito de usufruto de algumas instalações do rancho conseguimos não apenas um final de semana, mas dois! Os esforços agora se dão no sentido de conseguir levantar a grana para comprar a comida para o segundo grupo – certamente de crianças entre 8 e 12 anos vindas de uma comunidade carente. É uma excelente oportunidade de participar conosco desse investimento em pessoas, que é o que realmente importa. O valor não é nada assombroso – cerca de R$700 reais por acampamento–, mas a força da contribuição das pessoas é fundamental. Participe dessa aventura com a gente! Clique aqui e entre em contato.

OS PULOS DE MICHELE

Em Março Michele foi à Piratininga (SP) a convite de sua irmã, Johanneke, para juntas ministrarem aulas sobre Enfrentamento ao Tráfico Humano na Escola de Treinamento e Discipulado (ETED). Foi uma oportunidade também de rever a família de Jong, a primeira visita na terra para onde se mudaram no início do ano passado. Michele também está como voluntária no Projeto Reconstruir, mantido pela nossa igreja. Lá tem proposto, uma vez por semana, encontros relacionados a temas de saúde, sua área de formação.

 

AGRADECIMENTOS

A arrancada para essa fase do projeto contou com o lançamento de um vídeo institucional produzido por Jonathan de Jong, da escola de design da JOCUM-Piratininga (SP). Com o pouco tempo que teve para captar as imagens de um acampamento e os testemunhos das pessoas envolvi-

das na concepção da ideia, ele conseguiu transmitir com muita intensidade o coração do projeto. Também fica nosso agradecimento ao premiado fotógrafo Wagner Flores, que integra a equipe LAMALMA e agrega vulto ao trabalho eternizando momentos e sorrisos com fotos de tirar o fôlego.

 

PEDIDOS DE ORAÇÃO

Estamos no ponto de bala para o próximo acampamento, dependendo apenas da verba para alimentação. Por favor, ore por isso. Também, não percamos de vista uma necessidade clara do projeto, que é a aquisição de um espaço para nos fixarmos a fim de adaptar e desenvolver o local, e assim poder abençoar um número infinitamente maior de crianças e adolescentes. Participem conosco! Que Deus os abençoe grandemente!

 

Romeu e Michele

 

Romeu de Almeida

20/04/2016

Queridos amigos e família,

 

Depois de cinco meses de intensivo treinamento na Holanda e Indonésia estamos de volta ao Brasil. Foi um tempo de renovo para nossas vidas e muito aprendizado, em que presenciamos milagres, batalhas que superamos, alegrias que vivemos, tristezas que choramos e saudades que para sempre guardaremos. Pudemos crescer em várias frentes – como família, espiritual, emocional e ministerialmente. E é no que diz respeito ao que será feito daqui para frente que gostaríamos de compartilhar nesse informativo.

 

Mesmo antes de viajarmos para Holanda, e depois Indonésia, já tínhamos um chamado muito forte de retomar o trabalho com acampamentos de maneira mais contundente. Quando dizemos ‘contundente’, referimo-nos a um trabalho mais estruturado e definitivo. É verdade que ano passado, com o LAMALMA, começamos a promover acampamentos com crianças   

num modelo itinerante, foi um sucesso, e temos condições plenas de continuar nessa toada. No entanto, essa viagem trouxe convicções inabaláveis de que um local fixo para o desenvolvimento de uma estrutura adaptada a esse propósito seria o ideal a ser buscado. E é o que estamos fazendo. Estamos dispostos a nos mudar novamente, de mala e cuia para um local onde esse sonho poderá se tornar realidade. Temos visitado sítios e fazendas à venda, orado a respeito e tentado entender de Deus a direção correta. Ora, se é Ele quem opera em nós tanto o querer como o efetuar, assim também isso se dá segundo a sua boa vontade. Grana não temos, mas somos trabalhadores chamados à seara, e há portas que hão de ser abertas por Ele. Vamos pela fé. Da mesma forma, visitamos também projetos missionários estabelecidos em zona rural a fim de acordar eventuais parcerias. É uma costura difícil, mas que também pode ser uma alternativa.

O DESAFIO DA VOLTA

Desde o dia em que pusemos nossos pés novamente em Belo Horizonte, os desafios têm sido intensos, tanto no âmbito emocional (eu, Romeu), como no físico (Michele), além de um esforço hercúleo para reinserir as crianças num ritmo adequado ao da escola brasileira (ambos tiveram seus anos letivos picados e, para o Igor tem sido uma luta particularmente difícil alcançar o restante da turma. Já a Eva, depois de dois fortes choques culturais, exige atenção especial no que diz respeito a seu comportamento).

 

Viajamos para Holanda com Michele já com uma ferida no nariz, que foi diagnosticada como um tipo de câncer de pele, que precisaria ser tirado o quanto antes, mas que teria de ser feito apenas quando voltássemos ao Brasil, devido ao acompanhamento necessário do pós-operatório. A cirurgia aconteceu, e foi necessário fazer um respeitável enxerto, mas a recuperação parece estar indo bem.

 

Como dá para ver, neste parágrafo há um número considerável de pontos de oração que ficaríamos muito gratos se fossem contemplados por aqueles que oram.

 

SONHANDO SIM, MAS COM OLHOS ABERTOS E MÃOS OCUPADAS

Sabemos do nosso chamado, nossa prioridade, e temos planejado nossos passos na direção de concretizar essa visão. O LAMALMA precisa de um local fixo para se desenvolver. Sair do que chamamos de Fase 1 (itinerante) para a fase 2 (permanente).

 

No entanto, enquanto não temos (ainda) um local e recursos para fazer o projeto tomar corpo, temos suado a camisa em outras frentes missionárias de ações altamente impactantes nas vidas de diversas pessoas, junto a projetos irmãos e que sempre estiveram no nosso radar. São ações simples, mas que visam pessoas, o alvo de Deus. Seja carregando tijolos para construção do muro do Projeto Reconstruir, seja na criação de flyers de divulgação de um curso de depilação para mulheres da Rua Guaicurus (zona de baixo meretrício de BH).

Seja na tradução para o português das apostilas usadas no Iraque para treinamento de jovens e acompanhamento de crianças vítimas de tragédias por causas naturais ou humanas, seja no apoio e mobilização na preparação do casamento de uma mulher que outrora atendia na famigerada Rua Guaicurus, resgatada por Jesus e dando o start em uma nova vida, graças ao amor de abnegados colegas missionários que estão à frente do Projeto Raabe, da JOCUM-BH. Abaixo um depoimento da Michele, que esteve com a liderança deste projeto e uma equipe de Presidente Prudente (SP) em uma intervenção durante um final de semana de Setembro:

 

“Num sábado de manhã quente, muito quente, subimos pelas escadas de corrimãos pegajosos e clima opressivo. Luzes piscavam e meninas paradas em frente aos pequenos quartos, seminuas para receberem seus clientes, nos olhavam com interesse. Fomos então de porta em porta para chamá-las para um café que iríamos oferecer mais tarde naquele mesmo dia. E na base do relacionamento conseguimos bater papo e fazer o convite. Uma em particular captou o meu olhar. Carina* era morena, alta e muito sorridente. Começamos a conversar, o convite foi feito, mas ela se sentiu meio incomodada com sua falta de roupa e pediu para esperarmos enquanto ela colocava a calcinha. Continuamos a conversa e ela nos contou que tinha entrado para a prostituição aos 11 anos por causa dos abusos que tinha sofrido. Para ela era uma fuga e agora com 42 anos não conseguia largar mais a prostituição, apesar de ter um bom emprego, marido e dois filhos (que nem desconfiavam do que ela fazia ali). Como Carina mesma disse, a prostituição é uma doença da alma, muito difícil de ser curada. Perguntei se podia orar por ela, que prontamente aceitou. Vestiu-se apropriadamente (com vergonha do Espírito Santo, disse ela), pegou a Bíblia de dentro da sua bolsa e fervorosamente orou comigo. Perguntei se ela queria ir à igreja comigo e ela me passou seu telefone para combinarmos o lugar onde eu a pegaria no dia seguinte. Despedimos-nos, ela se despiu novamente e continuou seu ‘trabalho’, com a promessa de que tentaria aparecer no café da tarde para conversarmos mais. Ela não apareceu, mas outras mulheres sim. Tivemos muitas conversas, choramos, rimos, oramos e estabelecemos relacionamento com essas mulheres. Mais de 60 foram conversar conosco e puderam ter uma tarde muito agradável, onde Deus estava presente e pudemos mostrar o seu amor e sua graça. Na manhã seguinte, na hora marcada, peguei meu telefone e liguei para Carina. ‘O número que você ligou não existe.’ Desliguei, não acreditando que isso estava acontecendo, liguei de novo e de novo até que a ficha caiu e percebi que era inútil continuar tentando, que a única coisa que poderia fazer agora era orar por ela.

 

Muitas histórias terminam como essa, mas não todas. E é aí que entra a história da Giovana*. Através do trabalho de relacionamento ela conheceu a Deus, um Deus que não leva em conta o passado de pecado, mas em sua grande misericórdia e graça nos aceita para termos um futuro reto diante Dele. E foi assim que depois de alguns meses depois de ter largado a prostituição e ter entregado a vida a Jesus, ela reencontrou um antigo namorado, contou sua história, ele a aceitou e a pediu em casamento. No dia 8 de novembro de 2015, uma data para não se esquecer, ela se casou em uma linda cerimônia. Tudo o que uma noiva sempre sonhou ela ganhou de presente, e com tudo eu quero dizer tudo mesmo! A maquiagem, a decoração, as unhas, o vestido, a festa, o bolo, o cabelo, as fotos e muito mais! Ficamos muito felizes com o trabalho que Deus tem feito na vida da Giovana, e sabemos que Ele não vai parar por aí. Continuamos a caminhada em obediência e com o coração agradecido."

 

(* nome alterado para preservar identidade)

Daminha_Eva_e_as_alianças
Um_altar_de_vitória
O Amor liberta
Deus ama relacionamentos honrados
Recepção_com_mesa_farta

Fotos de Rafael Cardias

NECESSIDADE OU OPORTUNIDADE
Diferentemente dos anos de 2013 e 2014, desde que rumamos para Holanda, e depois Indonésia, estamos envolvidos em missões em tempo integral. O Senhor tem provido para nossa família de maneira assombrosa através de queridos amigos, irmãos e família. No entanto, dentro daquilo que nos espera a partir do ano que vem, estamos longe de poder garantir nossa manutenção básica. É nosso dever colocar isso de forma bastante clara, de que necessitamos de apoio financeiro e de oração. Se você procura, de alguma forma, participar da construção do reino de Deus, e ainda não sabe como, ore a respeito e considere a oportunidade de fazermos isso juntos. É repetitivo, mas vale lembrar que missões são feitas pelos pés dos que vão, pelas mãos dos que doam e pelos dos joelhos dos que oram.

 

Bem, certamente não publicaremos mais atualizações até o final deste ano. Por isso aproveitamos a deixa para desejar a todos um Natal Cristocêntrico e cheio de Graça.

 

Obrigado por ler esta carta.

Forte abraço!

 

Romeu, Michele, Igor e Eva

 

Romeu de Almeida

20/11/2015

INDONÉSIA – 2015 

20 a 21 de Junho – Calor das Arábias

Quando descemos do avião para uma longa espera de 12 horas no aeroporto de Dubai, às 5:00 da manhã, os termômetros já marcavam mais de 40 graus (5:00 da manhã!). Meu raciocínio instantâneo foi: bem, se na metade do caminho a temperatura está assim, ao chegarmos à Indonésia descerei do avião como uma lesma no asfalto quente.

 

Em nossa chegada à Jacarta lá estava nosso fiel escudeiro nativo, Jerry, enviado dos céus para provar que era pura prepotência minha achar que quem dirige no Brasil o faria em qualquer outro lugar do mundo. O que muitas vezes chamamos de trânsito selvagem em terras tupiniquins, aqui na Indonésia é nada menos do que uma aventura alucinante de tirar o fôlego – não é força de expressão, o risco é elevado à escala máxima. Em estradas precárias e sinalização zero, motos desafiam carros, que desafiam caminhões, e todos desafiam a morte a todo momento. A ausência de radar e acostamento alavanca a periculosidade a patamares estelares. Na cidade o risco diminui, afinal, nada anda. Tudo agarrado. São pouquíssimos sinais, e parece que o povo se entende numa espécie de inteligência coletiva.

 

22 de Junho – Contatos imediatos

Viemos nossa família e uma obreira de Heidebeek à Indonésia uma semana antes do restante da equipe por causa do meu visto. Nossa vontade era de ter cumprido toda agenda proposta pela escola para somente então descermos para Ásia. Como não foi possível, vim meio contrariado, mas sabendo que Deus sabe o que faz. E como sabe... O plano era nos juntarmos às crianças de um orfanato na cidade de Panred Barat. No entanto, ainda era o período de férias, e as crianças estavam em outra localidade, Kepala Ikan, sendo agraciadas com o amor e compaixão do proprietário de uma pousada no litoral do país. Ou seja, nossos dois primeiros dias foram de interação e curtição com aqueles maravilhosos anjos de sorriso fácil. “Vocês são os missionários que vieram se juntar às crianças?”, perguntou o proprietário. “Vamos comer algo, quero pagar para vocês”. Era noite, e me contentei com um sandubão para encher o pandú e ver o que nos aguardava no dia seguinte. Depois foi desmaiar na cama.

 

23 de Junho – A prova de fogo

Falando em comida, vim sabendo que talvez minha maior dificuldade fosse ser com os tais costumes tradicionais. Mas minha disposição era de ‘cair para dentro’ e encarar a bronca sem pestanejar. A prova de fogo veio logo na nossa segunda noite em Kepala Ikan. O cheiro do local já fez subir o ponteiro de tensão. Os pratos foram chegando. Para mim veio, de cara, a cara de um peixe beiçola. “Vou fechar o olho e mandar pra dentro”, pensei. Mas logo vi o que poderia ser minha salvação. “Macarrão! ‘Jerry, just to check: what diacho is this?’”. “Octopus”. Pensei: “Ah, tá...”. Depois vieram o camarão, os tais molhos especiais e, este sim, minha tábua de salvação: arroz (ou algo parecido). Jerry, ciente da minha situação, e achando que me ajudava, mandou trazer um tofu que me obrigou a procurar um sal que não encontrava. Não tem sal!!! Duas previsões que certamente se concretizarão: voltarei da Indonésia mais queimado e magro. Mas, justiça seja feita, para quem gosta de frutos do mar, o paraíso é aqui.

 

Com Igor e Eva, a gente conversa, explica sobre o que não se deve fazer de maneira alguma à mesa, o que é extremamente ofensivo para os locais, mas as crianças são completamente ‘sem noção’ no quesito discrição. Ao menor sinal de estranhamento, é mão na boca, cara de vômito, um dramalhão mexicano da pior categoria. São crianças. E que moral tenho eu para dizer: experimenta, filho!?

 

Porém, a compensação foi grande. De manhã fomos com as crianças do orfanato em um passeio a um tal de Dragon Cave. Que lugar era aquele! Formações rochosas serpenteadas por um rio de águas cristalinas cercado de vegetação nativa e cursos d’água que precipitavam sobre nossas cabeças enquanto os barcos deslizavam pela superfície. Na parte da tarde, uma aventura em mar aberto nos chamados speed boats em direção a uma praia que era o ponto de partida para trilhas que cortavam um parque nacional repleto de macacos e veados à solta e desencanados. A trilha dava em outra bela praia, convidativa ao banho, mas a malandragem dos macacos obrigava alguém a ficar velando as bolsas, pois os símios eram dissimulados e muito mão-leve!

 

24 a 26 de Junho – Quem quer ser um milionário?

Na quarta-feira, 24, voltamos todos com as crianças para Panred Barat, local onde ficava o orfanato. Chegando à cidade, precisamos trocar alguns Euros por Rúpias. Foi quando nos vimos milionários ao trocar nossos poucos Euros e encher os bolsos com 2.950.000,00 (!) Rúpias. Mas a sensação de riqueza veio mesmo quando pudemos vivenciar a rotina das crianças na casa. Elas foram verdadeiros tesouros que encheram nossos corações de alegria, tanto por elas, como pelo ministério. Nos foi dado o privilégio de brincar, sorrir, dobrar balões, ajudar nos preparativos para o início das aulas, receber uma equipe missionária coreana que veio para abençoar a casa por um dia inteiro. Graças a Isa Al-Masseh (Jesus) há uma nova esperança.

Não farei qualquer comentário sobre baratas...

 

27 de Junho – O primeiro contato com uma comunidade muçulmana

Experiências transculturais são fascinantes, e no caso da Indonésia, pelos nossos primeiros dias, já posso afirmar com certeza que o maior bem desse país é seu povo, com toda sua ternura, cortesia, simpatia e polidez no trato com as pessoas. Não há um cidadão sequer que não ofereça em troca de um cumprimento um sorriso largo e, não raro, mãos juntas em sinal de reverência respeitosa.

 

Hoje, em nossa primeira experiência relacional com uma comunidade muçulmana, pedi a Deus a lucidez e discernimento para agir da maneira mais respeitosa possível. Tentava puxar na memória termos adequados e conselhos bastante pertinentes que recebemos de missionários em Heidebeek, mas nessas horas some tudo, e a coisa é deixar o Espírito Santo fluir. Aguardamos o final do jejum do Ramadham para entrar no local onde um grupo de abnegados cristãos fazia um trabalho relacional e de compaixão com crianças muçulmanas e suas famílias. Estávamos ali para nos juntar ao esforço de mostrá-las o Amor. Éramos apenas eu, Michele, Igor e Eva, orientados por um irmão indonésio que conhecêramos no dia anterior. Conosco apenas um saco cheio de balões, que fizeram multiplicar a alegria e o sorriso de todas as crianças que nos cercavam curiosas em saber por que retorcíamos aquelas salsichas cheias de ar. Jamais vi tamanha expressão de gratidão como daquelas crianças. Sorrisão estampado no rosto, mão estendida que, ao ser cumprimentada, trazia nossas mãos junto aos seus rostos. Coisa mais linda!

 

28 a 30 de Junho – Nova casa

Despedimo-nos do orfanato e rumamos para Carang Parad, uma baita cidade! Belos edifícios e shoppings de cair o queixo. Como milionários (iludidos), a tentação é grande de não sair torrando toda a grana, ainda mais porque praticamente tudo é muito mais barato do que no nosso Brasil varonil. Segunda, 29, folga para dar um descanso ao resto da equipe que chegara da Holanda, e tempo, portanto, para conhecer de perto as piscinas disponíveis aos moradores do complexo de prédios onde estamos hospedados. Nada mal... Sobre o apartamento em que ficamos, tudo ótimo, mas não vou falar de baratas...

 

Igor, em toda sua empolgação com a pequena Deborah, desafiou a quina de uma parede com a cara e levou a pior. Olho roxo para os próximos dias. Terça, 30, primeira saída como equipe para espiar a vizinhança a fim de traçar estratégias de evangelismo e também, fazer compras de suprimentos para casa. Baratas? Deixa quieto.

 

01 de Julho – Espiando a terra

Ainda no propósito de espiar a vizinhança, não precisamos caminhar muito para adentrarmos numa área de favelas logo atrás dos gigantescos complexos residenciais e centro de compras que fazem os nossos shopping centers parecerem uma Galeria do Ouvidor. Estamos falando de 2 mundos diametralmente opostos, uma realidade bem conhecida no Brasil. No entanto, a insalubridade chega a níveis inimagináveis até mesmo para um brazuca.

 

02 de Julho – Indonésia em miniatura

Um tour cultural ao Taman Mini 'Indoneesia Indah', uma espécie de Indonésia em miniatura, para conhecer melhor os costumes, as diferenças entre os habitantes das diversas ilhas, suas tradições religiosas, estrutura social e construções típicas. Bali é uma loucura! Fascinante!

 

03 de Julho – Evangelismo Old School – Praça Aymorang

No melhor estilo Guaicurus, parte da equipe foi a uma praça tradicional de Jacarta ‘construir relacionamentos’, um eufemismo para evangelismo. Fiquei desta vez para trás com as crianças preparando uma mensagem para um grupo de jovens e adolescentes. Pelos testemunhos que ouvi da Michele e equipe, tudo como manda o figurino no que diz respeito a evangelismo de rua, exceto que não se deve professar termos como ‘cristão’, ‘igreja’ ou adotar determinadas linguagens gestuais. A diferença básica está em que não havia o cantinho do xixi, como no Brasil, mas havia sim, e bastante opressor, o cantinho do capeta, com uns sujeitinhos de caras pintadas bancando diabinhos, e um tanto de mané tirando fotos com eles. Aliás, foto é com eles mesmos! E adoram gringos para tirarem fotos. Só no ‘v’ de vitória...

 

04 de Julho – Youth Group Chesset

Dia de eu compartilhar pela primeira vez na Indonésia a Palavra, em um ministério de jovens, no sábado (04). Vestido a caráter – e apenas eu, diga-se –, tivemos uma calorosa recepção e uma palavra de encorajamento para os jovens, pilares de fogo em uma terra seca. Enquanto muitos jovens em nossas igrejas queimam energia e desperdiçam seu vigor em engajamentos infrutíferos e que algumas vezes vão até mesmo contra a Bíblia, neste dia nos pusemos a responder perguntas de adolescentes e jovens sedentos de saber sobre como ser luz e sal em um país onde mais de 90% da população é considerada muçulmana.

 

05 de Julho – Igreja

No domingo (05), a equipe se dividiu em duas, uma para oferecer uma programação para as crianças de uma igreja em Carang Parad, outra para atividades com os adolescentes. E eu lá, derretendo em minha tradicional bata indonésia de mangas longas.

 

06 de Julho – Folga!!!

Junkie food e cineminha para as crianças.

 

Romeu de Almeida

13/08/2015

07 de Julho – Coral de Anjos

Dia de visitar o Selamat Anak Orphanage, na grande Carang Parad. Trânsito agarradaço, óbvio, e uma cena bizarra. O que no Brasil seria como um cachorro atropelado no Anel Rodoviário, aqui foi um lagartão, tipo teiú, cabulosão estirado não na marginal, mas próximo às muretas que separam as autopistas de sentido contrário. Como aquele bicho chegou ali para ser atropelado? Vai saber.

 

Cabecinhas curiosas iam apontando por detrás das paredes enquanto descíamos da van. Novamente, as lindas crianças indonésias. Uma rápida apresentação dos coordenadores da casa e logo estavam as crianças enfileiradas, cantando para nós como que em uma língua celestial – para mim, claro, uma língua estranha –, um coral de anjos louvando a Deus em um idioma em que ainda não é muito comum professar o nome de Isa Al-Masseh como Senhor e Salvador. Impossível não embaçar o visor da câmera com as lágrimas.

 

08 de Julho – Opulência X Miséria

No país com a maior população muçulmana do mundo, pelo interior da Indonésia as mesquitas são as construções mais opulentas e fascinantes que despontam na paisagem. Não raro os cânticos entoados nos autofalantes convocando os fiéis para as várias orações diárias, principalmente neste mês de Ramadhan, competem pela sintonia com nossos ouvidos. No entanto, toda essa exuberância foi contrastada hoje com a primeira experiência em um ambiente de pobreza extrema que tive por aqui. Fomos oferecer um rango bacana e uma programação com adultos e crianças de uma favela em uma área ultramiserável, onde casas se misturavam a lixões e bichos disputavam espaço com pessoas, tudo isso sobre um córrego pestilento de águas oleosas. Parte da nossa pequena equipe em um barraco compartilhando a Palavra com adultos, outra parte contando histórias e ensinando canções em um cubículo com menos de 3 metros quadrados para no mínimo umas 30 crianças. A temperatura lá dentro? Pra lá de 50 graus fácil, fácil...

 

09 de Julho – Museu da Bíblia

Em uma área humilde está localizado o museu da Bíblia, em Carang Parad. Uma construção simples, mas muito bem cuidada e administrada. Fizemos uma visita e nos surpreendemos com a riqueza de artefatos, maquetes e curiosidades. Na tentativa de fazer soar o shofar, Michele e Eva se deram bem. Eu e o Igor conseguimos uns flatozinhos apenas...

 

10 de Julho – A verdadeira igreja underground

Sempre que vamos a lugares miseráveis, vêm à mente canções de Keith Green ou Glen Kaiser que harmonizaram os versos de Mateus 25:42 e 43. A música traz um pouco de cor à tragédia humana que temos testemunhado aqui. Hoje descemos da van em uma viela, saltamos a mureta e seguimos em direção a uma espécie de túnel que nos levaria à ‘igreja’ nesta sexta-feira. Na verdade, era uma passagem com cerca de um metro e meio de altura sob uma das pistas de uma movimentadíssima rodovia nos arredores de Carang Parad. Muitas pessoas se apertam entre os pilares de sustentação sob o concreto e fazem dali o seu lar. Isso sim é evangelismo underground. Me senti um almofadinha naquele lugar. Uma experiência para jamais esquecer.

 

Parte das pessoas sentadas sob uma das autopistas e parte exposta ao pó de asfalto que caía em nossas cabeças entre os enormes vãos à medida em que carros, motos e caminhões rasgavam acima em altíssima velocidade. Uma mulher que disse ser muçulmana pediu que orássemos por ela. Pude ver lágrimas escorrendo. Muitos ali ouviram o evangelho, puderam se ouvidos e receberam boa comida.

 

Orgulhoso do filhão, que ajudou a mostrar às crianças como proceder na pintura de ovelhinhas após nossa ‘classe infantil’, além de pacientemente atender aos vários pedidos de fotos.

 

11 de Julho – Youth Group Chesset 2

Depois de eu compartilhar um testemunho e Harry a Palavra, nossa equipe se enfileirou para orar pelos jovens e logo me vi abraçado a um novo convertido chorando porque temia pelo seu casamento, uma vez que sua esposa era muçulmana e, pelo que entendi em meio ao barulho (o povo aqui curte é som alto!), ele ainda não havia contado a ela. Ansiava ardentemente seguir Jesus, mas chorava desesperadamente mostrando a foto de sua linda família. De fato, o conflito em sua cabeça não devia ser nada fácil. Não tive muito tempo para conversar com ele após o culto, a equipe já me aguardava na van, mas consegui seu contato e chamar o líder da reunião durante o jantar para não deixar essa peteca cair.

 

12 de Julho – Igreja

Parte da equipe envolvida na pregação e parte na programação com as crianças de uma igreja local. Desta vez foi a vez de Igor, Eva e Martha (e somente as crianças!) apresentarem o clowning. Bem... acho que precisam ensaiar um pouquinho mais... ehehehe. No entanto, a mensagem foi transmitida de maneira eficaz.

 

13 de Julho – Folga... Só que não!

Era o dia que tínhamos para estender nossos vistos para mais um mês na Indonésia. E lá se foi nossa folginha... chegamos na parte da manhã e saímos à tarde, famintos, e sem o visto – e os passaportes! Nossa agenda para quarta (15) foi cancelada a fim de podermos retornar e apanhar a papelada – e os passaportes!

 

14 de Julho – Elderly House

Visita a um asilo para levar um pouco de companhia e alegria aos idosos. Para isso, nada melhor que crianças, que desta vez arrebentaram no clowning!! Só sucesso!

 

15 de Julho – De volta à Imigração

Bora bora estender os vistos. Procedimento descomplicado – desde que se tenha um nativo que entenda o que se pede nos formulários para descomplicar. Requisitos: Tempo e paciência.

 

16 de Julho – Fim do Ramadhan

Uma loucura, parecendo véspera de Ano Novo, com fogos e mesquitas em volume máximo, celebrando o fim do Ramadhan, mês de jejum para os muçulmanos. A recomendação para o dia era de, em respeito ao significado da data para os muçulmanos e aos costumes religiosos locais, levarmos em consideração uma abordagem diferenciada, menos ativa, mas, ao mesmo tempo atenta a oportunidades. E elas vieram. Pudemos, com a ajuda das crianças – que são um atrativo e tanto por aqui – estabelecer contatos e dialogar com algumas pessoas. Dia proveitoso e agradável.

 

17 de Julho – Bom dia... Surpresa!

Não é todo dia que acordamos com a campainha tocando e uma entrega de café da manhã em domicílio, presentes para Igor e Eva, e um convite para nos juntarmos à pastora de uma igreja local na área recreativa de um shopping center ao lado do nosso prédio. Foi uma agradável maneira que a igreja com a qual estamos trabalhando com uma proximidade maior de honrar os missionários visitantes. Realmente, nos sentimos muito amados e tivemos um dia incrível.

 

18 de Julho – Youth Group Chesset 3

Amo o Chesset. Trata-se de uma reunião semanal de jovens vindos de diferentes igrejas com a visão de alcançar o resto do país. Nos moldes, suponho, da igreja primitiva, cada encontro acontece em um lugar diferente (geralmente uma casa), e à vezes com ares relativos de clandestinidade, pelo menos para mim, que fico viajando em quando alguns malucos entrarão e fuzilarão todo mundo. A trilha sonora viria dos autofalantes das mesquitas, que parecem estar em todos os cantos. Fantástico mundo de Bob. Mas, com o ambiente cheio do Espírito Santo, o que se sente na verdade é paz. É muito louco louvar a Deus por essas bandas. Difícil explicar.

 

19 de Julho – Gereja Yaweh Indonesia

Dia da Michele pregar em uma minúscula, mas acolhedora igreja. A garota mandou bem, e até eu queria tirar foto com ela...

 

20 de Julho – Folga... Agora sim!

É notável a influência Holandesa por aqui. Mas também percebe-se que o Português teve lá sua contribuição à língua desse país. ‘Natal’, ‘bandeira’, ‘sapato’, são palavras que saltam aos nossos ouvidos em meio a um mar de fonemas impronunciáveis e falados a uma velocidade ayrtonsênnica. No entanto, há de se tomar cuidado com algumas armadilhas. Dizer ‘Eu quero a minha bunda’ não significa que você deixou seu traseiro em Java. Bunda = Mãe. Bonito, né?

 

Passeio com as crianças, exterminar exterminadores e... junkie food!

Romeu de Almeida

15/08/2015

21 de Julho – Pinturas

A seleção brasileira pode estar uma draga, mas quem dita a moda aqui é a camisa canarinho! O povo já gosta de tirar foto. Se é estrangeiro, então!... do Brasil? Click, click, click. Nos últimos dias até vi algumas camisas da Alemanha, mas até a Argentina (sinal da cruz) parece ter mais cartaz por aqui. Empata com a da Holanda... ehehehe.

Na praça onde fomos deu para observar um pouco de tudo isso, enquanto Michele pintava os rostos e as mãos de trocentas crianças que iam se amontoando como abelha no mel. Igor e Eva faziam as vezes de merchandising ambulante, com seus rostos pintados e chamando muito a atenção dos que iam passando (ora pela pintura, ora pelas pirraças).

 

22 de Julho – Xilindró

Crianças não eram permitidas, obviamente, portanto, um dos pais precisaria ficar para trás. Dos dois estudantes restantes, um estava sem voz, e sobrou para o papai aqui pregar em um presídio. Na minha cabeça seria um lugar pequeno, como o que acostumávamos ir em meados de 2004/05 com o pessoal da Caverna. Qual nada! Como tudo aqui na Indonésia, o lugar era um bocado grande, com 3 pavilhões distintos, e no nosso caso, o destino seria a ala dos presos por tráfico de drogas. Passaporte recolhido, crachá, detector de metais, pente fino, carimbo no braço, e lá estávamos nós passando por uma espécie de setor de ‘templos’ e ‘igrejas’, local do culto. Tenho pavor de púlpito. Não é à toa que escolhi tocar bateria. Gosto de ficar no fundão, na miúda, discretamente. Quando vi que o local comportava quase o mesmo tanto de pessoas que na Caverna, comecei a suar (o que já não é lá muito difícil por aqui). Mas logo o pessoal foi chegando, e de forma bastante receptiva, abrindo o sorrisão e cumprimentando nossa equipe, vi que ali era um bom lugar para estar e compartilhar a Palavra. Ainda bem que é Deus quem fala. Logo após a Palavra, oportunidade de orarmos com vários deles. O Espírito moveu ali.

Parece que a galera gostou, pois vieram depois com um presente e me entregaram uma espécie de maquete de um parque de diversões, toda feita cuidadosamente em papel. Arte profissa que no Brasil valeria uma grana preta! Pena não ter como trazê-la para casa... Muito grande e frágil.

Depois, claro, a igreja local nos convidou para jantarmos em um restaurante... japa. Não adiantava, quanto mais coisa eu ia misturando para anular o gosto da anterior, pior ficava. A tábua de salvação foram umas carninhas que descolamos no bufê.

 

23 de Julho – De volta a Panred Barat

Dia de subir para Panred Barat e da equipe conhecer um pouco daquilo que pudemos testemunhar em nossa primeira semana na Indonésia. Crianças indo muito bem no orfanato, e perguntando por Igor e Eva. Bom sinal. Depois, a clínica montada e administrada pela YWAM em uma área de enorme carência e de esmagadora maioria muçulmana. Ótima estratégia. Por fim, visita e reunião para discutir planos e estratégias na base onde rola o DTS aqui na Indonésia. Grande encorajamento. Sol baixando, sonzeira rolando nos falantes das mesquitas, e eis que o povo decide comer por ali mesmo antes de descer para Carang Parad. Ihhh...

Nessa nossa comunidade globalizada pode-se dizer que o mundo está em todos os lugares. Não é preciso ir ao México para se comer uma boa tortilha, nem ao Japão para se comer sushi. É uma babação de ovo danada com a culinária francesa e uma idolatria quase esotérica com a comida asiática. Pois bem, eis que vos digo, irmãos: quando a pança ronca e a larica monta, não existe coisa melhor que um Rochedão Especial do Bolão com uma Coca-Cola estupidamente gelada. Errais por não conhecerdes a verdade... Bem, foi então que, em mais uma aventura gastronômica me deparei com uma mesa farta de especiarias em um belo restaurante que abaixo do nome trazia os dizeres ‘A lendária culinária sulawesi’.  Apenas dois exemplos. Foi ali que tomei um gole do tal café Kopi Luwak, considerado o mais caro do mundo. Por quê? Porque ele é comido por um primo do gambá, e depois de defecado, é recolhido por algum infeliz, posto para secar e vendido para exportação a um preço exorbitante. Depois foi a vez de provar uma vitamina de Durian, fruta que todos aqui dizem que fede como o inferno, mas é gostosa como o céu. Na minha humilde visão, ela cheira como inferno e tem gosto de Sheol, só um pouquinho melhor do que cheira. Para digerir tudo isso, nada melhor do que mais de duas horas agarrado no trânsito só para entrar em Jacarta. Fui bater na cama 2 da matina.

 

24 de Julho – Generations DTS + Mission Indonesia

Juntamo-nos a outra equipe missionária que atua na Indonésia para dois dias de atividades de evangelismo, compaixão e relacionamento. O primeiro deles hoje, em uma faixa de terra batida espremida entre um poluído rio de águas cinzas e uma movimentada linha férrea. Área de altíssimo risco. Debaixo de uma lona baixa, pude testemunhar a mais humilde igreja que já vi na vida. Em meio a uma pobreza extrema, os louvores eram alternados com o som dos trens que passavam em alta velocidade a menos de um metro das nossas costas. Em outra lona, trabalho com as poucas crianças que se encontravam no local. Em lugares assim tatuagens agem como ímãs, e alguns dos que zombavam e caçoavam do nosso ajuntamento terminaram recebendo oração, com direito a uma mão no ombro e outra no coração. Soli Deo Gloria.

 

25 de Julho – 300

Segundo e último dia de atividades em conjunto com o Mission Indonesia. Mais de trezentas crianças, todas trazidas de áreas de risco. Hoje pude testemunhar o lado indisciplinado de crianças que até então pareciam anjinhos barrocos sorridentes. Foi acenar com alguns balões ao final da programação que elas alopraram e partiram para cima para garantir o seu. Mosh total, controlado ao poucos, e tudo ficou certinho. Fim do dia, fomos levados pela igreja local para onde? Restaurante chinês! :-/

 

26 de Julho – Despedida de Carang Parad

Despedida das atividades missionárias em Jacarta com direito a almoço em um... restaurante chinês! Harry pregou de manhã, Michele à noite, e correria desenfreada para empacotar novamente as malas e zarpar para Oldung Rung, na fase mais survival desse outreach.

 

27 de Julho – Oldung Rung

Depois de três dias intensos, madrugamos para pegar o trem para Oldung Rung. Na verdade, as cinco horas e meia apreciando os arrozais sem fim que margeavam a ferrovia eram apenas para chegarmos a Wiq Suen. Depois, mais pelo menos uma hora de carro até nosso destino, beeem mais humilde que a alucinante Carang Parad. Tomar um banho pode ser uma experiência frustrante, uma vez que abaixo do chuveiro fica o buraco onde se corta o rabo do macaco (se é que me faço entender... ehehehe.). Sabonete caiu ali, meu irmão, melhor deixar para se lavar com o detergente da cozinha.

 

28 de Julho – Dia de descanso

Moídos depois de quatro dias intensos, fomos passar a manhã e parte da tarde na área recreativa de um hotel perto de onde ficamos hospedados. Isso sim foi um dia bom para recarregarmos as baterias e, justiça seja feita, a comida hoje foi caprichada, tanto no almoço como no jantar. 10! À noite as damas desceram para conhecer a zona de baixo meretrício de Oldung Rung. De acordo com orientações dos missionários locais, nada de descer do carro. Apenas orar pela nefasta situação testemunhada pelo nosso grupo, ao longo da estreita rua margeada por ‘Karaokes’ que expunham as meninas em vitrines dentro dos estabelecimentos e com os cafetões rodeando do lado de fora.

 

29 de Julho – Sobre grupos não alcançados

Estamos em uma posição privilegiada no que diz respeito às chamadas frontier missions, conceito aplicado ao esforço em alcançar grupos em locais onde ainda não há uma comunidade cristã estabelecida – o pavor de alguns antropólogos. Ouvir da boca dos missionários que se dispuseram a atuar nesta área e que têm experimentado grandes desafios é um baita aprendizado.

E hoje à tarde, com a constatação técnica de que o Igor estava com diarreia, fui sagrado o campeão remanescente do time dos ‘ilesos’. O que para muitos significa frescura, o que chamo de ‘apetite seletivo’ pode significar a vitória sobre vírus, bactérias e afins. Olha só a minha cara de saudável... :-s

 

30 de Julho – Xilindró 2

Novos inputs acerca da evangelização de grupos não alcançados. Mas antes eu fora o felizardo a acompanhar um dos missionários à cadeia de Oldung Rung, a fim de ouvi-los e aproveitar oportunidades de testemunhar. Elas vieram aos rodos, e o que faltou foi mais tempo. Os caras aqui são metade futebol, metade metal (tattoos praticamente todos!). ‘Sepultura? Moro no bairro onde eles começaram.’ ‘Tá zoando comigo!... Max, Igor, Soulfly, curto demais!’ Quer deixa maior? Parecia conversa de boteco, dado o ambiente amistoso, mas com ganchos que não passavam batido. Mais uma grande experiência ‘atrás das grades’.

 

31 de Julho – A irmã de Helen

A cada dia fico mais impressionado com a maneira com que os missionários aqui são pessoas sérias e responsáveis em relação a respeitar a cultura local. A valorização dos costumes em nada impede a ação e transformação pelo espírito. Quer orar sobre seu paninho de preces? Beleza. Trocar o estilo da vestimenta? Para quê? Em nome de Jesus não, mas de Isa Al-Masseh? Alhamidu Lillah!!!

Jantar especial na casa de Lia, irmã da nossa chefe na cozinha de Heidebeek, Helen. ‘ROMÊOU?’ ‘Yes, ma’am!’ Impressionante como são parecidas. A risada, então... Momento para o Igor botar a testosterona para fora, brincar com meninos, acertar algumas canelas jogando bola (que não é a praia dele), dar tiros com pistola d’água, nadar (o que ele faz de melhor), etc.

 

01 de Agosto – Galo Doido

Dia mais ou menos de descanso, pois eu ainda precisaria preparar uma palavra – a última na Indonésia – para o dia seguinte. Meio dormindo, meio acordado, porque desde que chegamos à Oldung Rung não temos dormido muito bem. Todos os dias, às 4 horas da matina, um galo vindo diretamente do Sheol, vizinho a uma de nossas paredes, nos acorda e me faz sonhar – se é que dá pra dormir – com aquele franguinho metido a gavião assado numa panela. De outra parede vinha o batido da bomba d’água. Era alguém abrir a torneira e começava o concerto. Da terceira parede via o som da balbúrdia das crianças, e toda movimentação da casa. Sobrou uma parede que serviu de muro das lamentações...

 

02 de Agosto – A Sã Doutrina

Pregar abertamente na Indonésia pode dar cadeia. É preciso conhecimento da cultura local, sabedoria e discernimento para antes de fazer o bolo crescer agir de modo a não meter o pé na massa, ou seja, atrapalhar o que já tem sido feito pelos missionários residentes. Das igrejas existentes, jamais imaginaria que eu fosse encontrar uma conhecida denominação, justamente o lugar onde eu fora escalado para uma pregação. Bem, não que houvesse muitas opções, uma vez que nossa equipe – que mal completa um time de futebol de salão – foi dividida em três, cada família rumo a uma igreja diferente, na mesma manhã de domingo. Rolou uma logística interessante para dar conta do recado, incluindo uma emocionada Michele tirando selfies em uma scooter, que nos levaria aonde estava o carro, que  nos deixaria à igreja. Em um prédio que parecia ter sido antes uma mesquita, a Sã Doutrina foi colocada à mesa, e acho que Paulo ficaria orgulhoso do que fora discutido de sua carta a Tito.

 

03 de Agosto – Ofi Trila – Indonésia de raiz

Tour numa scooter pelo centro de Oldung Rung para trocar uma grana para a equipe antes de zarpar para Ofi Trila, onde alguns de nós tivemos a oportunidade de estar em contato com o povo Senyum Lebar, em um vilarejo cerca de 3 horas de Oldung Rung. Ali não se puxa a cadeira para a visita se sentar. Estende-se um tapete. Toda sorte de bebidas digamos, pouco convencionais, são servidas. Sabe aquele pouco que você aprendeu de indonésio? Pois é, aqui não vale muito, pois se fala outra língua... javanês. Povo cortês e hospitaleiro. Não tem hora nem lugar. É chegar visita – conhecida ou não – e as portas se abrem, e você está em casa.

Sem romancear sobre pioneirismo missionário, estar na ponta da lança de um trabalho missionário traz uma sensação diferente. Estamos em uma vila que no Brasil seria uma espécie de roça, onde marrecos, galinhas, coelhos, gatos, e tudo quanto é bicho desfila em frente à casa onde os homens papeam e fumam como chaminés. Pelas primeiras conversas, sinto que ali há homens de paz, e que através deles essa comunidade poderá ser alcançada.

 

04 de Agosto – Conhecendo mais o povo Senyum Lebar

Imagine se o carrinho da pamonha fosse um trio elétrico. Essa é a sensação quando a mesquita libera o chamado às preces vezes ao dia em altíssimos decibéis. Não que isso garanta devoção espontânea, uma vez que não raro notamos pouco conhecimento dos versos do Corão entre o povo indonésio.

Hoje foi dia de conhecermos melhor a vila onde estamos hospedados, e estabelecer contato com as pessoas, de modo a fazermo-nos um pouco mais familiares a eles. Grande experiência. Dia de estreias também... Meu primeiro café javanês (que não é coado) e meu primeiro banho ao estilo Senyum Lebar (com direito a um garotinho que abriu a cortininha e me viu equilibrando bravamente num toquinho de madeira). E como não poderia faltar, vi a primeira barata habitando entre um povo não alcançado. E não foi qualquer uma. Era uma daquelas customizadas, uma Harley Cockroach.

Estreias à parte, sentimos que fomos bem aceitos pela comunidade.

 

05 de Agosto – Os caminhos do Amor

Dia de dizer adeus e obrigado a esse povo simples e hospitaleiro. Mais uma caminhada pela vila na parte da manhã antes, de almoçar para montar no carango para voltar à Ofi Trila. Posso dizer que foram contatos muito proveitosos, parte de um plano maior. O Reino de Deus está sendo construído entre esse povo. O Amor tem andado por esses caminhos de chão batido. Ele se importa.

 

06 de Agosto – Debrief

Tempo de compartilhar impressões e experiências dos dias passados entre os Senyum Lebar. Gratos ao Senhor pelo privilégio de testemunhar tal trabalho.

 

07 de Agosto – Direto dos livros de História

Para os aficionados por História – como eu –, o destino nessa manhã foi incrível! Nessas nossas andanças por Ofi Trila fomos levados às ruínas de um forte da Companhia das Índias Orientais!!! Quem é que não se lembra desse nome – que sempre soou muito estranho, diga-se – das aulas de História, daquela que pode ser considerada a primeira multinacional do mundo.

Hoje pode-se dizer que foi nosso último dia de atividade prática do Outreach. Na verdade, a tarde marcou o início de um ‘penoso e estressante’ processo de recuperação do vigor físico, uma vez que, moídos que só Deus sabe, não sobrou muita bala na agulha. Depois de dar uma babada nas lojas e oficinas de um polo de móveis e artefatos de madeira com um requinte que jamais vi, rumamos para uma praia de areias claras, com água morna e suquinho no quiosque. Nada mal para despedir de Ofi Trila.

 

08 de Agosto – Wiq Suen

Bora bora encarar as estradas pelo interior da ilha de Java até a cidade de Wiq Suen, de onde partiremos amanhã de trem de volta para Carang Parad.

 

09 de Agosto – Debrief em Carang Parad

De volta à Carang Parad para um belo fechar de cortinas. Depois de pipocarmos de uma cidade para outra, daqui só saímos para Holanda. Enquanto isso não acontece, aproveitamos para trocar figurinhas com nossos líderes.

 

Romeu de Almeida

31/08/2015

Informes da Holanda

Queridos amigos e família,

 

Uma nova e importante etapa da nossa vida começou no dia 1º de Abril, quando chegamos à Holanda para fazer o curso Generation’s DTS na base da YWAM (JOCUM) de Heidebeek. Trata-se do curso básico da YWAM voltado para famílias, com toda uma impressionante infraestrutura à disposição dos alunos, além de obreiros muito sensíveis às necessidades específicas de famílias com filhos. Se há uma primeira impressão que pode ser destacada na nossa chegada aqui ela se chama acolhimento. Depois de primeiros e preciosos dias em família e com amigos, rumamos para a base com vistas a uma semana de adaptações e ajustes, principalmente para as crianças. Com tudo acertado e dedo no gatilho, aí sim empunhamos lápis e caderno, e partimos para a bronca.

 

Quatro quilômetros separam o local das aulas de onde estamos hospedados. Naturalmente, o trajeto é feito de bike, à moda local, o que para mim significa dizer que testemunhamos a cada dia o milagre da Primavera despontando em bosques floridos e uma explosão de vida que nos envolve e nos abraça a ponto de sentirmos já enquanto pedalamos nosso ‘tanque’ sendo abastecido com a graça e poder do Criador. 

Muito inspirador. A sensação, imagino, seria a correspondente a um gringo sentado à sombra de um coqueiro na costa nordestina brasileira tomando sua aguinha de coco e sentindo a brisa soprar no peito enquanto massageia os dedos dos pés na areia fofa. A criação exala Deus.

 

Comparações idílicas à parte, o batente aqui não tem sido nem de longe moleza. Para todos nós, crianças inclusive, a agenda é apertada, mas para mim especificamente, relutante e hesitante que estava para vir, a história é bem interessante. No primeiro momento racionalizei muito, com o argumento simples de que nem de longe teríamos caixa para bancar tal aventura. Pensava no futuro – principalmente das crianças, inocentes nessa história toda – e no medo de me ver novamente sem perspectivas, como já acontecera outrora (porém – e eu teimo em esquecer – Deus JAMAIS nos desamparou). Depois de racionalizar, no fundo eu sabia que seria moído, meus temores e fobias seriam postos à mesa, afinal, eu bem sei que Deus, o Amor Perfeito, lança fora todo o medo. Nossas primeiras semanas em Heidebeek foram justamente isso: conhecendo um pouco mais do caráter daquele que busca o relacionamento perfeito com sua criação. Tanto eu como Michele estamos sendo muito abençoados nesse tempo aqui. Ainda não sabemos como será o nosso amanhã, mas estamos em paz por saber que agora para nós basta sentar à porta dos Céus e ouvir o respirar de Deus.

 

As aulas que estamos tendo são intercaladas com interessantíssimas experiências fora das quatro paredes visando, principalmente, o tempo prático de dois meses que teremos em Julho e Agosto.

A turma foi dividida em duas, sendo que uma seguirá para a África do Sul e a nossa para Indonésia. Talvez não tenha sido a coisa mais inteligente do mundo comunicar isso para minha mãe na mesma semana em que um brasileiro foi executado por lá. Mas a verdade é que se trata de um povo cordial e uma população com elevado índice de carência material e espiritual. Como parte dessa preparação, na primeira semana de Maio partimos com o grupo ‘Indonésia’ para Enschede, na fronteira com a Alemanha, para nos juntarmos a um programa de evangelismo de abrangência mundial chamado Gateway. Foram cinco dias reunindo, discutindo e evangelizando nas ruas.

PONTOS DE ORAÇÃO

 

Temos alguns desafios de oração para vocês, e um deles diz respeito à adaptação das crianças. Tanto o Igor quanto a Eva estão frequentando a escola aqui, e precisaram se adaptar a uma rotina e conteúdo diferentes do que estavam acostumados. Para ele foi mais tranquilo, dada sua maior intimidade com a língua holandesa do que a Eva. A falta de segurança na comunicação trouxe certo desconforto e estresse para ela, de modo que passou a molhar a cama todas as noites, e mesmo durante o dia sofria com incontinência urinária. Foi notável a sensibilidade dos obreiros da base e a atenção dispensada a ela, de modo que o problema melhorou consideravelmente. Pedimos oração, portanto, pela continuação desse processo, sendo que em breve a mudança será ainda mais radical.

 

Outro ponto de oração é a questão das nossas finanças e o que resta para honrar nossos compromissos aqui até o final de Agosto. Sabemos que o recurso virá, afinal, esta é uma orientação de Deus para nós, então confiamos nele, e contamos com as orações dos que estão conosco nessa aventura. Para os que não sabem a história toda, abaixo deste informativo estão as informações anteriores sobre esta viagem.

 

Por último, uma questão médica. Michele está com uma ferida no nariz que não sara, e pelo visto, após uma primeira visita a um médico aqui na Holanda parece que podemos descartar a primeira hipótese de infecção por uma bactéria oportunista. Muito provavelmente ela voltará ao médico para talvez proceder com a retirada de tecido a fim de fazer uma biópsia. Pedimos oração para que esse treco desapareça de vez e que possamos continuar focados na escola.

Novas notícias seguirão com maiores detalhes sobre a escola e os preparativos para nossa viagem à Indonésia. Estamos com muitas saudades da família e amigos aí no Brasil. Não há um dia sequer que não nos lembramos de vocês. Na salinha da nossa casa a bandeira do Brasil só não tremula porque não dá para abrir muito a janela... Grande beijo a todos! Amamos e oramos por vocês!

 

Romeu, Michele, Igor e Eva

 

Romeu de Almeida

23/05/2015

Depois desses acampamentos pudemos confirmar nosso chamado missionário mais uma vez e então pedimos um milagre a Deus: que Ele nos permitisse novamente estar inseridos, de tempo integral, em missões, dentro daquilo que entendemos ser nossa vocação. E Deus nos ouviu. É com muita alegria que agora estamos dando o nosso próximo passo! Deixamos nossos empregos (ou melhor, os empregos meio que nos deixaram), preenchemos todos os formulários, nos aconselhamos com a liderança da nossa igreja, marcamos os voos e dia 1º de Abril embarcaremos para nossa nova aventura: uma Escola de Treinamento de Discipulado  (ETED), da  Jocum, focada  em família, na base de Heidebeek, na  

De volta aos informativos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Após muito planejamento, oração, fé, dor de cabeça e parcerias conseguimos

comprar 18 kits com barraca, isolante e saco de dormir. Era tudo que precisávamos para oferecer um acampamento minimamente interessante. Então, no final de Novembro recebemos em uma fazenda de uma amiga também da Caverna doze meninas do Projeto. O acampamento foi uma aventura, com direito a um temporal durante a madrugada e barracas inundadas. Selvagem!!! No início de Dezembro foi a vez de receber os meninos!  Os acampamentos foram maravilhosos! Tivemos bastante tempo de piscina, sol, chuva, fizemos fogueira com direito a marshmellows, conversas produtivas, trilhas, jogos, churrasco, louvor, Palavra de Deus compartilhada e muito amor! Foi um tempo onde pudemos ter certeza do que queremos fazer! Servir a Deus servindo crianças!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Holanda (curiosamente, a mesma base onde meus pais, Johan e Jeannette receberam seu chamando para o Brasil há 35 anos). Serão cinco meses de curso, onde os três primeiros são de aulas teóricas, na Holanda, e os dois restantes de tempo prático, provavelmente no sudeste Asiático (a confirmar).

 

Óbvio que com essa grande mudança na nossa vida vêm vários desafios. Nosso filho mais velho, Igor, de 7 anos, já está em idade escolar obrigatória, e apesar de já termos conseguido liberação da escola aqui no Brasil e de ele já estar matriculado em uma escola lá na Holanda, há o desafio da língua holandesa, e precisamos garantir que ele mantenha o português para quando voltarmos ao Brasil. A Eva, de quase 5 anos, também já está matriculada na mesma escola que o Igor, e também vai ter que desembolar no holandês.

 

Outra preocupação é o nosso tempo de permanência em território Holandês. Eu e as crianças temos passaporte holandês, mas o Romeu não, e isso quer dizer que ele só pode ficar no máximo 90 dias em território Shengen (UE e demais países europeus signatários). Pelos nossos cálculos estamos bem no limite disso! Outra coisa, teremos também um pouco de trabalho com a língua! O curso vai ser ministrado em holandês e inglês e apesar de eu saber as duas línguas e o Romeu ser fluente em inglês, não é a nossa primeira língua e isso nos traz um pouco de insegurança.

 

Entretanto, sem dúvida nosso desafio maior será a questão financeira! Teremos os custos da própria ETED, que apesar de termos ganhado um bom desconto, ainda vai custar mais do que temos agora. Precisamos pagar também um seguro de viagem para toda a família e as passagens para Holanda e de volta para casa, cujas cotações são em Dólar. E se formos olhar agora as cotações do Euro e, principalmente, do Dólar, quase entramos em pânico!!! :o

 

Mesmo com tantos desafios, sabemos que a hora é agora. Deus é fiel e está nos enviando. Nesse tempo poderemos descobrir um pouco mais dos Seus planos para nossas vidas.

 

E se você quer fazer parte disso também, temos algumas sugestões:

 

- Você pode orar pela nossa família e pelos nossos desafios. Acreditamos que um dos pilares em missões é a oração das pessoas e o resguardo da Igreja. Neste campo, sem uma cobertura espiritual, alcançar o que é material é praticamente impossível;

 

- Você pode ajudar a divulgar nossa carta junto a seus contatos pessoais;

 

- Você também pode aceitar o desafio de se tornar nosso mantenedor. Isso pode ser um compromisso mensal ou com ofertas esporádicas. Entenda que o curso e o trabalho que iremos fazer é de forma voluntária e integral, o que não nos deixa a opção de trabalharmos, empregados, para complementarmos o nosso sustento. Acreditamos que Deus, através de pessoas como você, irá nos sustentar. Saiba que qualquer quantia é bem-vinda e que Deus faz milagres onde Ele habita.

 

Somos muito gratos ao Senhor por ter nos dado a oportunidade se seguir o Seu chamado. Nossa eterna gratidão à nossa família, que sempre nos instruiu e apoiou nos caminhos do Senhor. Pela nossa Igreja, que tem nos enviado e apoiado. Pelos nossos amigos, em quem podemos confiar e têm sido suporte fundamental.

 

Em nossa última carta informativa, enviada em Dezembro de 2012, terminamos com uma passagem, que eu quero citar novamente, retirada do livro de Josué, no capítulo 1: “Seja forte e corajoso. Eu estarei sempre contigo. Nunca, jamais te abandonarei.” É o que queremos hoje, tanto para nós como para todos vocês.

 

Forte abraço,

Michele, Romeu, Igor e Eva

 

Michele Lukasse

24/03/2015

 

 

Queridos amigos e família,

 

No final de 2012, após mais de sete anos de uma enriquecedora experiência, saímos da missão em que estávamos, no Centro de Aventura Novo Destino, em Itabirito, e voltamos para Belo Horizonte. Para mim e para o Romeu foi uma transição muito difícil, afinal, tudo o que melhor sabíamos fazer era servir em missões, e isso está impregnado em nosso DNA. Logo arrumamos emprego, eu como professora de Inglês em uma escola bem pertinho de nossa nova casa, e o Romeu no Instituto de Direitos Humanos, também bem perto de casa. Os meninos começaram na nova escola e o tempo voou!

 

Durante esses dois anos tivemos bastante tempo para pensar acerca do futuro, mas uma coisa nunca saiu dos nossos corações: o desejo de voltar a servir em missões! Desde nossa experiência em Itabirito nos sentimos muito à vontade para promover acampamentos para crianças em situação de vulnerabilidade, e em parceria com a nossa igreja, um desafio caiu no nosso colo. Em Maio de 2014 a coordenadora pedagógica do Projeto Reconstruir, vinculado à Caverna de Adulão, nossa igreja, se aproximou de nós perguntando se gostaríamos de realizar um acampamento com as crianças do Projeto. Para nós foi como se o céu tivesse se aberto!

Ação contra a exploração sexual e tráfico humano

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sábado tive a oportunidade de me juntar à equipe de JOCUM Kickoff antes do jogo Brasil x Chile perto do Mineirão. Lá pudemos, através da pintura facial, jogar luz no problema da exploração sexual e tráfico humano.

A estratégia de conscientização foi, enquanto pintávamos os rostos de graça, puxar conversa com os torcedores sobre a questão do tráfico e da exploração de pessoas. Através disso pude perceber que muitos apoiavam nossa causa, mas não tinham a mínima ideia do que fazer a respeito. Muitos não sabiam como denunciar ou sequer o número do disque denuncia (#100), outros jogavam a culpa nos estrangeiros que estão aqui para a Copa ou simplesmente no governo. Mas a verdade é que grande parcela da culpa é nossa! O Brasil é o nosso país e o que acontece aqui deveria ser do interesse de cada um de nós!

Também tivemos boas respostas sobre como combater esse nosso problema. Denunciar, conscientizar, educar e punir foram algumas delas. Mas as duas respostas pelas quais fiquei esperando a manhã inteira chegaram somente nas duas últimas pessoas a quem perguntei: Parar o consumo e orar.

Cada um de nós, quando compra uma revista pornográfica, abre um site pornô, paga por serviços sexuais está incentivando e contribuindo com a exploração sexual. Se a demanda minguar a oferta também diminuirá! E isso está em nossas mãos, ao nosso alcance! Quando entendermos de verdade que pessoas não estão – ou não deveriam estar – à venda nossos olhos se abrirão e nossas atitudes mudarão!

E orar, a minha e a sua arma mais efetiva contra qualquer mal! Nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra potestades das trevas nas regiões celestiais. Temos um Deus relacional que está sempre ao nosso lado, é nosso maior aliado e o maior interessado em que esse mal acabe. Com nossas orações compartilhamos vitórias, choramos perdas, apoiamos uns ao outros, damos suporte a quem está no campo, nos conectamos com o Criador de tudo e recebemos estratégias.

Oremos para que Deus possa converter o coração do traficante, quebrantar e abrir os olhos dos consumidores, proteger e resgatar as vítimas e restaurar as famílias!

Hoje conseguimos pintar e falar com mais de 500 pessoas. Pude identificar problemas, mas também pude ver o corpo de Cristo trabalhando junto para trazer alegria ao coração de Deus.

Voltei para casa com o coração alegre e realizada.

Michele Lukasse

30/06/2014

 

Uma rica experiência

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tive o privilégio de ser um dos implementadores daquele que provavelmente é até o momento o único centro de aventura no Brasil voltado exclusivamente para usufruto gratuito por parte de crianças e adolescentes carentes. O Centro de Aventura Novo Destino – CAND (www.ndaventura.org) começou suas atividades em 2005, e por quase 8 anos eu, com a ajuda de minha esposa, Michele, participei em todas as áreas de atuação do projeto junto a uma equipe de missionários pioneiros. Ali tanto eu como ela muito aprendemos e experimentamos um contato bastante próximo e saudável com as crianças que visitavam a fazenda. Em 2012 o CAND passou a privilegiar uma linha de atuação mais voltada para o perfil de Centro Comunitário, e continua abençoando grandemente a vida de dezenas de crianças da comunidade local. Entendemos, entretanto, que nisso não residia nosso chamado, e retornamos para Belo Horizonte em Dezembro do mesmo ano. Hoje, depois de 2 anos de hiato, as águas parecem estar se movendo novamnete para nós, numa nova aventura além-mar.

 

Romeu de Almeida

06/02/2015

 

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